Saúde mental discutida no COP como "absolutamente indispensável no treino"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Saúde mental discutida no COP como "absolutamente indispensável no treino"

José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de PortugalCOP
A componente psicológica "é absolutamente indispensável no treino" de um atleta de alto rendimento, afirmou hoje o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, na abertura de uma sessão acerca do tema da saúde mental.

"Do ponto de vista de um atleta de alto rendimento, a componente psicológica é absolutamente indispensável no treino, com uma componente médica, de fisioterapia, alimentação e psicologia. O psicólogo, aqui entendido como uma pessoa especializada nas áreas, deve ter uma relação de grande proximidade com quem conduz o processo de treino", sublinhou José Manuel Constantino, no discurso de abertura da sessão, na sede do COP, em Lisboa.

Organizada pela Comissão dos Atletas Olímpicos (CAO), a primeira de diversas power talks, com diferentes temáticas, que serão levadas a cabo nos próximos meses, tem a importância da saúde mental como foco, o que "nem sempre tem sido bem tratado".

"Muitas vezes, mistura-se o apoio psicológico com o tratamento patológico que o alto rendimento suscita nos atletas. São coisas de natureza e de procedimento distintos", alertou José Manuel Constantino, que lembrou ainda o papel fulcral dos treinadores.

A relação entre o psicólogo e o atleta "tem de ser balizada e mediada pelo treinador, que também ele necessita de apoio", considerou o dirigente, que realçou que não são somente os atletas a entrar "em processos stressantes" durante treino e competição.

"É fácil passar umas horas no ginásio a mexer o corpo e a alterá-lo, mas não existe a mesma facilidade para fazer o mesmo com a mente. É indispensável ir ao ginásio, mas também estar com a cabeça aberta e limpa para tirar o máximo rendimento", concluiu.

A presidente da CAO, Diana Gomes, disse que a saúde mental "trata-se de um projeto da comissão há uns anos e que, por um motivo ou outro, não se conseguiu emergir até hoje", ao desenvolver-se o "enquadramento do atleta olímpico numa visão holística".

"A CAO tem, na sua génese, a representação dos direitos e dos interesses de todos os atletas olímpicos. Neste mandato, percebi e senti que a voz dos atletas, a aparentar ser ténue e discreta, passou a ganhar relevância e valor positivo no desporto", sublinhou.

O orador principal da power talk foi o especialista belga Paul Wylleman, que trabalha com a equipa olímpica da Bélgica, é doutorado em psicologia e ainda professor na Vige Universiteit, em Bruxelas, desenvolvendo a atividade como investigador e profissional em psicologia do desporto, desenvolvimento de performance e apoio mental a atletas.

"O facto de Portugal estar a olhar para este tema é a melhor coisa que se pode fazer para aumentar o progresso. Portugal está no topo europeu no que concerne à saúde mental, apenas por fazer as perguntas corretas", frisou Paul Wylleman, acrescentando: "Sem investir na saúde mental, não se dá aos atletas o que necessitam para competir".