Campeão do Mundo com o Brasil, Scolari chegou a Portugal em 2003 e por cá ficou até 2008. Sob o comando de Felipão, a Seleção Nacional foi finalista vencida do Euro-2004 e quarta classificada no Mundial-2006, antes de ser eliminada nos quartos de final do Europeu de 2008.
“Eu não digo que revolucionamos o futebol no país, mas mudamos o perfil de algumas pessoas e de um país que passou a acreditar mais nos jogadores”, explicou Scolari, que revelou que esteve próximo de rumar a Itália antes de assinar por Portugal em janeiro de 2003: “Eu recebi uma proposta que quase ninguém sabe. Tinha tudo praticamente certo com Itália, mas existiu alguma resistência. Acertei então com Portugal, que vinha de uma fase de grupos má em 2002 (eliminação num grupo com Coreia do Sul, Estados Unidos e Polónia) e com problemas entre atletas, federação e treinadores”.
Uma das situações que teve de lidar foi a rivalidade existente entre Benfica e FC Porto.
“Eram mesas sepradas… Por isso começámos por mudar, os 22 ficavam na mesma mesa e só podiam sair meia hora depois de toda a gente terminar. O capitão estava a tomar conta”, revelou.
Alterações que levaram a questões com Scolari, como revelou Murtosa, adjunto de Felipão: “Existiu uma discussão de um Figo. O Scolari teve uma certa posição, o Figo discordou. Na altura, o Felipão foi assertivo: ‘Podes discordar, mas que manda aqui sou eu’”, lembra.
Por último, a descoberta de Cristiano Ronaldo, nome maior de Portugal e de futebol mundial. A estreia na Seleção aconteceu em 2003, sob o comando de Scolari.
“O Murtosa foi assistir, por uma qualquer razão, a um jogo de juniores do Sporting. Voltou boquiaberto. ‘Felipe existe um cavalo lá, um jogador espetacular’, disse-me. Perguntei quem era, falou-me de Cristiano Ronaldo, que tinha 17 anos, pensar nele para Seleção…”.