As observações da belga fazem eco de um sentimento há muito defendido pela grande Billie Jean King, pioneira do circuito há meio século e que estará presente em Wimbledon esta semana para celebrar décadas de promoção da igualdade para mulheres no desporto.
"Se gostaria de ver (fusão ATP/WTA)? Sim, acho que tornaria a marca muito mais forte", disse a tetracampeã de Grand Slams à Reuters, referindo-se à Associação de Profissionais de Ténis masculina.
"Muitas vezes, para o mundo exterior, as pessoas assumem automaticamente que se trata de uma única organização. Percebem o que quero dizer? As pessoas que não percebem muito de ténis dizem: 'Ah, sim, a ATP e a WTA, mas por trás disso há uma unidade'".
Clijsters, presidente honorária do International Tennis Hall of Fame (ITHF), disse que o impacto da WTA não pode ser sobrestimado e referiu os encontros que teve com King e a alemã Steffi Graf como os momentos mais importantes da sua carreira.
A ITHF apresentou este ano um segmento de vídeo comemorativo dos 50 anos da WTA, intitulado "TennisWorthy".
"Há tantas pessoas nos bastidores que estão todas viradas para a mesma direção e que querem ver esta tendência de, sabe, fazer com que (o ténis feminino) se eleve", disse Clijsters.
"Enquanto todos tivermos essa mentalidade e não for apenas uma pessoa a fazer a diferença, mas todos juntos como uma unidade forte, um grupo, penso que é a única forma de chegarmos a um ponto em que os eventos combinados coloquem o mesmo número de jogadoras - mulheres e homens - nos courts centrais ou em jogos noturnos", prosseguiu.
King vai regressar ao Hotel Millennium Gloucester, onde a WTA foi criada numa reunião de jogadoras, esta sexta-feira, antes do início do sorteio principal de Wimbledon, na próxima semana.
Mas há muito que King considera que os dois lados - ATP e WTA - seriam mais fortes em conjunto, um argumento que reiterou depois de Roger Federer, já reformado, ter feito ressurgir a ideia há três anos.
"Há prós e contras em tudo, certo?", disse Clijsters.
"Houve muitas, muitas, muitas conversas sobre isso. E acabamos sempre por esbarrar numa parede em que, sabe, não acontece grande coisa e o assunto fica pelas conversas. E, claro, gostaria de ver uma única organização", finalizou.