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Wimbledon não planeia emitir comunicado após apupos a Azarenka

Victoria Azarenka (dir.), da Bielorrússia, passa por Elina Svitolina, da Ucrânia
Victoria Azarenka (dir.), da Bielorrússia, passa por Elina Svitolina, da UcrâniaAFP
Os responsáveis de Wimbledon disseram esta segunda-feira que não tencionam emitir qualquer declaração depois de a bielorrussa Victoria Azarenka ter sido vaiada fora do court após a derrota diante da ucraniana Elina Svitolina.

Svitolina venceu um jogo emocionante de três sets no Court One, no final de domingo, para chegar os quartos de final onde vai defrontar a número um mundial Iga Swiatek.

Como tem sido habitual, Svitolina não apertou a mão a Azarenka em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Bielorrússia é um importante aliado militar de Moscovo.

Azarenka, que levantou a mão na direção de Svitolina, aparentemente num gesto de respeito, abandonou o court sob um coro de vaias de alguns sectores da multidão. A bicampeã do Open da Austrália afirmou que o tratamento "não foi justo".

Azarenka e Svitolina não apertaram a mão na rede
Azarenka e Svitolina não apertaram a mão na redeAFP

"Achei que foi um grande jogo de ténis", acrescentou. " Se as pessoas se vão concentrar apenas nos apertos de mão ou na multidão, bastante bêbada, a vaiar no final, é uma pena", vincou.

Svitolina e as colegas ucranianas recusaram-se a apertar a mão às rivais russas e bielorrussas no recente Open de França. Svitolina apelou aos órgãos dirigentes do desporto para que explicassem a posição dos jogadores ucranianos.

"Não sei se não está a ser claro para as pessoas, algumas não sabem bem o que está a acontecer", afirmou. "Por isso, penso que esta é a atitude correta a tomar", defendeu.

Mas a diretora executiva do All England Club, Sally Bolton, disse na segunda-feira que Wimbledon não tinha planos para emitir tal declaração.

"Historicamente, no ténis, a decisão sobre a forma como um jogador reage no final de um jogo é uma decisão inteiramente pessoal e penso que não queremos começar a impor o que acontece. Penso que temos um público incrivelmente informado em Wimbledon e que, na sua maioria, compreende o que está a acontecer", afirmou.

Admitiu ainda que é impossível controlar a multidão, apelando a que a ação desportiva seja o centro das atenções.

"Depois de termos assistido a um dos jogos mais incríveis no Court One, perante um público absolutamente arrebatado, devíamos concentrar-nos no ténis e no jogo a que assistimos, e não em todas as outras coisas que se passaram", afirmou.

Nos quartos de final poderão estar cinco jogadores que representam a Rússia ou a Bielorrússia, um ano depois de os atletas das duas nações terem sido banidos pelo All England Club.

Bolton foi questionada sobre como os organizadores do torneio se sentiriam ao entregar o troféu a um jogador de uma das duas nações.

"Quando tomámos a decisão, no início deste ano, de admitir russos e bielorrussos, pensámos cuidadosamente em todos esses aspetos e, tendo tomado a decisão de os admitir, estamos confortáveis quanto ao desenrolar da situação", afirmou.