Terminou uma era no ténis mundial, mas Alcaraz e Swiatek estão prontos para manter a chama

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Terminou uma era no ténis mundial, mas Alcaraz e Swiatek estão prontos para manter a chama

Carlos Alcaraz conquistou o Open dos Estados em 2022
Carlos Alcaraz conquistou o Open dos Estados em 2022AFP
O quarteto que dominou os últimos anos da vertente masculina da modalidade está desfeito, mas há dois elementos que se mantêm. Novak Djokovic e Rafael Nadal vão continuar a oferecer resistência à nova geração num ano de mudança no ténis.

Aos 41 anos Roger Federer não competia desde o verão de 2021, mas a sua retirada em setembro, ainda que esperada, causou choque. Especialmente porque, algumas semanas antes, Serena Williams, também um ícone cujo impacto transcendia o court, se despediu de forma emocionada no Open dos Estados Unidos, aos 40 anos.

A tenista, detentora de 23 torneios Grand Slam e considerada por muitos como a melhor jogadora de sempre - mesmo apesar de ter terminado a carreira a um troféu de Margaret Court - perdeu na terceira ronda perante a australiana Ajla Tomljanovic e a isso seguiu-se um forte fluxo de homenagens à norte-americana, pelo fantástico percurso desde os courts públicos de Compton, em Los Angeles, para mais de duas décadas de domínio do ténis feminino, a par da irmã Venus.

"Parabéns, Serena, pelo teu coração, entrega, inteligência, dedicação e graciosidade. Poucos atletas inspiraram mais pessoas dentro e fora da sua modalidade", sublinhou, na altura, Barack Obama, antigo presidente dos Estados Unidos.

Federer foi outro dos casos de sucesso, numa carreira que incluiu 20 títulos Grand Slam conseguidos com uma classe que podemos não voltar a ver. O suíço elevou o seu movimento, aparentemente sem esforço mas extremamente eficaz, a um nível nunca antes visto durante o seu percurso profissional, criando as bases para aquela que foi a maior era do ténis masculino mundial.

Numa cena que parecia retirada de um filme de Hollywood, deixou os courts em Londres, local onde conquistou oito títulos de Wimbledon, formando dupla com Nadal, o espanhol com quem a sua carreira se foi gloriosamente entrelaçando.

O choro conjunto, enquanto davam as mãos depois do jogo disputado diante de Jack Sock e Frances Tiafoe, na Laver Cup, emocionou o mundo e encerrou um próspero e inesquecível período da modalidade.

O ténis mundial tem dois espaços para preencher em 2023, mas Carlos Alcaraz e Iga Swiatek parecem perfilar-se para os assumir.

Brilhantismo duradouro

Nadal começou o ano a lutar para recuperar de uma desvantagem de dois sets e derrotas Daniil Medvedev na final do Open da Austrália, no qual reivindicou o seu 21º título Grand Slam, antes de bater o norueguês Casper Ruud para aumentar a lista com o seu 14.º Roland Garros.

Djokovic, deportado da Austrália na antecâmara do major daquele país, recuperou de forma brilhante para levar a melhor sobre Nick Kyrgios em Wimbledon, assegurando o 21.º Grand Slam da carreira.

Mas foi Alcaraz quem terminou melhor, ao mostrar-se de forma segura para a era pós-Federer. Ganhou o Open de Miami, em abril, com apenas 18 anos, e regressou ao outro lado do Atlântico em agosto para ganhar o Open dos Estados Unidos, tornando-se ao mesmo tempo o mais jovem ATP número um do mundo no circuito ATP.

Agora, a possibilidade de Alcaraz poder bater-se com Djokovic e Nadal, em 2023, abre excelentes perspetivas

Por seu lado, Swiatek parece estar preparada para um tipo de domínio sustentado de que Serena desfrutava no seu auge. Aos 21 anos, conquistou oito títulos em 2022, incluindo o seu segundo e terceiro Grand Slams em Roland Garros e no Open dos Estados Unidos, e desfrutou de um recorde de 37 vitórias consecutivas, a maior série de triunfos do século XXI.

Teria sido fascinante ver uma disputa entre a polaca e Ash Barty, que, em janeiro, colocou um ponto final a uma longa espera ao tornar-se na primeira australiana em 44 anos a conquistar o major no seu país, depois de se superiorizar à norte-americana Danielle Collins em Melbourne.

Contudo, menos de dois meses depois, a então número um do mundo anunciou uma surpreendente reforma antecipada, deixando os courts aos 25 anos.

Swiatek venceu a norte-americana Coco Gauff na final do Roland Garros e a tunisina Ons Jabeur na final do Open dos Estados Unidos

Jabeur parecia destinada a tornar-se na primeira mulher africana e árabe a celebrar um título Grand Slam de singulares e o palco aparentava estar montado no court central de Wimbledon, mas uma exibição poderosa da cazaque Elena Rybakina deitou por terra as aspirações da tunisina

O torneio de relva ficou ainda marcado pela ausência de tenistas russos, banidos pela organização, numa decisão considerada unilateral, devido à invasão da Rússia à Ucrânia. Com o conflito armado ainda a decorrer, e sem sinais de que abrande, a posição do torneio mantém-se, apesar da multa de 820 mil libras aplicadas pelo ATP que, este ano, deverá voltar a punir o evento.