Uma surpresa
Ainda antes da bola começar a rolar, os adeptos dos Países Baixos foram surpreendidos. Sem um claro número um definido na baliza, Remko Pasveer (titular nos últimos jogos) parecia o grande favorito ao lugar que acabou por ser entregue ao gigante do Heerenvee Andries Noppert (tem 2,03 metros), o único que não somava qualquer internacionalização do trio onde também está Bijlow.

Na frente de ataque Vincent Janssen assumia o lugar de Memphis Depay que não estava completamente apto e por isso ficou pelo banco de suplente.
No Senegal, a ausência da estrela Sadio Mané abriu caminho a Krépin Diatta, que dividiu a frente de ataque com Ismaila Sarr e Boulaye Dia. Com 23 anos, o extremo foi a grande estrela do Senegal no Campeonato Africano das Nações de 2019, mas perdeu o de 2022, em que os Leões de Teranga venceram, e recebia agora nova oportunidade para brilhar.

Só faltou o golo
A primeira parte no Estádio Al Thumama mostrou-se animada. Os Países Baixos assumiram o teórico favoritismo e tiveram mais posse de bola, mas sentiram dificuldades em desmontar o bloco senegalês que ia assustando com os três velocistas na frente de ataque.
Boulaye Dia, Diatta e Ismaila Sarr tiveram todos oportunidades de visar a baliza neerlandesa, mas só por uma vez conseguiram encontrar o alvo e Noppert segurou facilmente. Nos Países Baixos, Frenkie de Jong teve aquela que foi a melhor oportunidade do jogo, mas demorou-se muito tempo a decidir e a defesa senegalesa conseguiu tirar a bola de zona de perigo.

Um primeiro tempo animado, com 11 remates, mas o facto de só um ter ido na direção da baliza ajuda a perceber porque este foi o primeiro jogo desta edição do Mundial-2022 que chegou ao intervalo sem qualquer golo.
Cabeça contra o coração
A segunda parte não trouxe um jogo tão dividido. Os Países Baixos apareceram mais amarrados e com poucas ideias a nível ofensivo, enquanto o Senegal trouxe a receita que tão bem funcionou no primeiro tempo e que só não teve resultados efetivos porque Noppert esteve a um nível superlativo. Em três ocasiões o guarda-redes de 28 anos mostrou reflexos apurados e negou os golos a Boulaye Dia (65 minutos), Gana Gueye (73 minutos) e Pape Gueye (86 minutos).
Longe do futebol total que encantou o Mundo em 1974, os Países Baixos foram eficazes. Já balanceado para o ataque – Sem jogar desde 22 de setembro, Depay, que van Gaal tinha dito que não ia atuar nesta partida, entrou aos 62 minutos – a Laranja Mecânica encontrou na cabeça de Gakpo a solução para a falta de inspiração.

Frenkie De Jong recebeu a bola na esquerda e encontrou o avançado do PSV na área que se antecipou a Édouard Mendy e colocou a bola no fundo das redes, quando estavam decorridos 85 minutos. Uma estreia de sonho em Mundiais do jogador de 23 anos, que andou nas cogitações de Manchester United e Arsenal.
O 2-0 apontado por Klaasen, aos 90+9 minutos, numa jogada de contra-ataque, foi a machadada final nas aspirações do conjunto senegalês.

Regresso vitorioso e eficaz (bastara dois remates na direção da baliza) dos Países Baixos ao Campeonato do Mundo que pode selar já o apuramento à próxima fase na próxima jornada, diante do Equador, que também entrou a vencer. Já o Senegal terá no Catar o adversário ideal para lamber as feridas – a julgar pela exibição dos anfitriões na primeira jornada – num jogo em que Aliou Cissé não sabe se poderá contar com Abdou Diallo e Kouyaté, ambos substituídos devido a problemas físicos.
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Homem do jogo Flashscore: Andries Noppert (Países Baixos)
