“Simplesmente, foi uma opção que se deve à situação física do Mauricio neste momento. Durante o ano, teve vários problemas físicos que o foram afetando, esteve muito tempo sem competir. Depois, voltou na última prova, no Troféu Joaquim Agostinho, voltou a ressentir-se, acabou por desistir e teve de se esperar este período para ver se havia evolução na sua condição física”, explicou à agência Lusa.
Campeão da Volta a Portugal em 2022 e vice no ano anterior, o uruguaio não consta no elenco esta segunda-feira anunciado pela Efapel para a 86.ª edição, que arranca na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa.
“Nós queremos trazer à Volta os corredores do nosso plantel que estão em melhor condição física e o Mauricio, por todos os problemas que teve ao longo do ano, fisicamente não está numa condição que lhe permita vir correr a Volta a Portugal. Já não digo disputar a Volta a Portugal, digo corrê-la”, defendeu o diretor desportivo da equipa laranja.
José Azevedo detalhou o calvário de Mauri, que começou com queixas no joelho no inverno e sentiu “uma dor mais forte” na segunda etapa d’O Gran Camiño, no final de fevereiro.
“Fez exames, detetou-se uma lesão, esteve muito tempo parado. Voltou à competição no início de maio, caiu logo na primeira etapa do Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela. Na semana a seguir, veio para o Abimota, fez a corrida. Entretanto, fomos para o Douro e voltou a ressentir-se, voltou a parar novamente. Não há sequência de trabalho. E, depois, logicamente isso reflete-se. Perdem-se muitas semanas. Todas juntas, foram meses”, evidenciou.
No total, o uruguaio de 30 anos, que conta no seu currículo com vitórias nas mais importantes provas do calendário nacional, somou 10 dias completos de competição, terminando apenas a Prova de Abertura e o Grande Prémio Abimota.
“Com todo o respeito, não é por ser o Mauricio ou uma aposta que nós fizemos no início do ano que tem de correr a Volta a Portugal. Se fisicamente não está no seu melhor, não faz sentido vir”, insistiu Azevedo.
O diretor desportivo da Efapel admitiu que quando a sua equipa contratou Moreira, numa polémica transferência da agora denominada Anicolor-Tien21, “não era disto” que estava à espera.
“Nós contratámos um corredor que talvez tivesse sido nos anos anteriores o ciclista mais ganhador em Portugal. E, logicamente, contratámos na perspetiva que o Mauricio era um reforço para a equipa e que, vitórias nunca se pode garantir que vão surgir, mas que iria estar a disputar corridas e que certamente ia trazer bons resultados para a equipa não só na Volta, mas ao longo do ano”, indicou.
No entanto, à medida que “corridas importantes” foram passando e a lesão foi persistindo, a tentativa foi recuperar o ciclista para a Volta a Portugal.
“O que é certo é que vamos para a Volta e não se conseguiu recuperar o corredor. Optámos por sete corredores, temos total confiança neles e acho que temos uma equipa competitiva”, concluiu.
No elenco da Efapel, Moreira foi substituído por António Ferreira, que acompanhará os compatriotas Joaquim Silva, Tiago Antunes, André Carvalho e Pedro Pinto, o russo Aleksandr Grigorev e o colombiano Santiago Mesa.