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Apesar das críticas racistas, Macron quer que Aya Nakamura cante nos Jogos Olímpicos

Aya Nakamura em Cannes
Aya Nakamura em CannesReuters
O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou-se esta segunda-feira chocado com a reação "racista" à possibilidade de a estrela pop franco-maliana Aya Nakamura (28 anos) cantar na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Macron disse que esperava muito que Nakamura, a cantora francesa mais ouvida em todo o mundo, fosse escolhida para a cerimónia de 26 de julho, junto ao rio Sena.

"Fiquei chocado com algumas reações. Houve reações verdadeiramente racistas", declarou à BFM TV e à rádio RMC. "Espero que ela acabe por fazer parte da lista... porque está entre os grandes artistas franceses e os mais populares em todo o mundo".

Nakamura foi alvo de uma polémica política e nas redes sociais no mês passado, após rumores de que Macron queria que ela cantasse canções da lenda francesa Edith Piaf na cerimónia.

A sua música é influenciada pela música zouk das Índias Ocidentais, misturada com RnB americano e Afrobeats. A sua canção mais conhecida, Djadja, teve cerca de mil milhões de visualizações só no YouTube.

Os políticos de extrema-direita afirmaram que ela não representa a França e não deveria estar presente na cerimónia. No mês passado, Marine Le Pen, líder do Rassemblement National (RN), acusou Macron de tentar "humilhar o povo francês".

Os apoiantes de Nakamura dizem que não há melhor forma de mostrar a vibração e a diversidade da cultura francófona moderna.

Depois de a controvérsia ter vindo à tona, Nakamura disse aos seus detratores no X no mês passado: "Pode-se ser racista mas não se pode ser surdo... É isso que vos magoa! Estou a tornar-me o assunto número um nos debates, mas o que é que vos devo? Nada".

Na entrevista de segunda-feira, Macron disse que algumas pessoas não compreenderam e não se aperceberam de que haveria também muitos outros artistas escolhidos pelo diretor da cerimónia, Thomas Jolly, para a cerimónia de 26 de julho, que dará início aos Jogos Olímpicos.