As novas informações, reveladas pelo El Confidencial, apontam que o Ministério Público espanhol ampliou a investigação a uma terceira empresa que pode ter estado envolvida nos pagamentos feitos pelo Barcelona a Enríquez Negreira.
Trata-se da Tresep 2014 SL, empresa constituída como imobiliária a 14 de agosto de 2014 com 3.000 euros de capital social e que pertencia a Josep Contreras Arjona, antigo dirigente blaugrana, falecido no passado mês de dezembro, que integrou as direções lideradas por José Luis Núñez, Joan Gaspart e Josep Maria Bartomeu.
As autoridades suspeitam que a empresa de Enríquez Negreira, bem como a Soccercam SL, propriedade do seu filho, Javier Enríquez Romero, receberam fundos através da companhia de Contreras, para além dos valores milionários que terão recebido diretamente do clube catalão.
A sociedade Dasnil 95 SL, detida pelo ex-árbitro espanhol, recebeu mais de 95% dos seus ingressos totais do Barcelona entre 2016 e 2018, o que levou a Agência Tributária a questionar a faturação. A empresa terá, alegadamente, feito assessoria ao emblema culé, existindo a dúvida de que Enríquez Negreira tenha prestado esses mesmos serviços. O seu filho também terá recebido pagamentos do conjunto blaugrana através da sua própria empresa de consultoria.
A investigação centra-se num possível delito de corrupção entre particulares. A Agência Tributária transmitiu as suas conclusões ao Ministério Público depois de não ter encontrado justificação nas transações económicas. A faturação da Dasnil 95 SL revela que Enríquez Negreira recebeu pelo menos 4,7 milhões de euros desde 2003, mas os pagamentos pararam no Verão de 2018, coincidindo com a saída do antigo árbitro do CTA da RFEF. Em 2020, a empresa já não emitiu qualquer fatura.
O antigo presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, foi interrogado pela Unidade da Polícia Nacional ligada ao Ministério Público, que também recolheu declarações de outros dirigentes do clube.
A investigação envolve ainda a Federação Catalã de Futebol, uma vez que Contreras Arjona foi preso em 2018 pela adjudicação irregular de obras realizadas pelo organismo, como parte do caso Soule, que também levou à detenção, em julho de 2017, do então presidente da RFEF, Ángel María Villar.
Numa das empresas à qual foram adjudicados trabalhos irregulares, a Trejan 2015, José María Molinario Valls, o advogado listado como administrador da Tresep 2014 SL, aparece mais uma vez como administrador único e Contreras como representante.