Negreira ameaçou Barça por fax: "Se não há acordo, vão ser expostas as irregularidades"

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Negreira ameaçou Barça por fax: "Se não há acordo, vão ser expostas as irregularidades"

Atualizado
Jornal El Mundo revelou documento enviados ao Barcelona pelo antigo responsável da arbitragem
Jornal El Mundo revelou documento enviados ao Barcelona pelo antigo responsável da arbitragemEl Mundo
O jornal El Mundo publicou na noite de quinta-feira documentos que mostram o antigo vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros (CTA) a ameaçar o antigo presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu.

O caso soube-se esta semana e tem feito correr muita tinta, não só em Espanha, como por toda a Europa. O Ministério Público espanhol, a LaLiga e a Federação Espanhola de Futebol já pediram informações ao Barcelona na sequência de uma investigação à empresa de Enríquez Negreira, a Dasnil 95, S.L, que terá recebido 1,4 milhões de euros do emblema blaugrana.

Esta noite, o El Mundo foi mais longe na pesquisa, encontrou e publicou documentos em que o antigo responsável pela arbitragem em Espanha ameaça o então presidente do Barcelona com a exposição de um "grande escândalo", contando "sem consideração, as irregularidades do clube que ele conhecia e tinha experienciado em primeira mão".

"Se não tivermos acordo, todas as irregularidades serão públicas e eu posso prová-las", pode ler-se na manchete com imagens do fax alegadamente enviado. Mas o conteúdo adensa a trama: o último pagamento do Barcelona, em junho de 2018, coincide com a saída de Negreira da CTA.

"A minha surpresa e deceção foi capital", começou por escrever. "Depois de todo este tempo juntos, tomo isto como um insulto pessoas absolutamente injustificado". 

Depois de expor a sua insatisfação, Negreira subiu o tom e ameaçou diretamente Bartomeu.

"Tenho a firme intenção de apresentar uma queixa nos tribunais, que terá seguramente consequências negativas. Até agora ainda não dei início a estes procedimentos para evitar consequências sérias, esperando chegar a um entendimento adequado em relação à minha reivindicação. Não me parece que outro escândalo seja favorável para o clube", prosseguiu. 

"Até à data, e dada a reciprocidade do tratamento recebido por você, os antigos presidentes e o clube, considero que merecia respeito e decoro. O atual comportamento dele (Bartomeu) para com a minha pessoa, com a agravante e preconceito que isso acarreta, infelizmente liberta-me de tal obrigação auto-imposta". Negreira considerou que o clube "se permitiu a atropelar de forma impune" os seus "interesses e direitos".

No entanto, depois da primeira série de ameaças e intimidações, ofereceu a Bartomeu um pacto de não agressão: "Apesar disso, e apesar de estar no meu direito de levar ao conhecimento da autoridade de forma pública tudo o que sei e posso comprovar e que contextualiza perfeitamente o cenário no qual me movi e me relacionei consigo e antigos presidentes, não quero deixar passar a oportunidade de chegar a um acordo justo para ambas as partes".

"Não declaro animosidade para com ninguém do clube e não tenho qualquer desejo de divuglar todas as irregularidades que conheci e experienciei em primeira mão em relação a qualquer pessoa do clube. Mas você (Bartomeu) vai forçar-me a fazê-lo se não reconsiderar a sua decisão e cumprir o acordo que tinhamos para continuar a contar com os meus serviços até ao fim do mandato presidencial", insistiu.

"Tenho a razão e o direito de apoiar essa pretensão. Tanto o senhor como o senhor Rosell", referindo-se ao antigo presidente do Barcelona, "como vice-presidente e presidente e vice-versa, para não mencionar outros, acordaram comigo os acordos que hoje pretendem quebrar com impunidade. Infelizmente, deparado com tal propósito, não posso ficar de braços cruzados". 

"O meu trabalho e serviços prestados foram impecáveis, nem o CTA (Comité Técnico de Árbitros), nem a RFEF (Federação Espanhola de Futebol) podem ou poderão repreender-me por qualquer coisa a este respeito."

"Peço que realizemos uma reunião privada entre nós os dois, absolutamente confidencial, a fim de resolver este assunto definitivamente para o bem de todos. Estou à espera que me convoquem urgentemente para este fim. Caso contrário, compreenderei que não só me obrigam, como me provocam a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para edfender os meus interesses, sem qualquer consideração", finalizou. 

O jornal espanhol conclui, revelando que Negreira continuou a pressionar Bartomeu através de chamadas e mensagens, mas o então presidente evitou qualquer contacto.