"Vou estar nos Jogos Olímpicos e não há outro objetivo se não o ouro", disse Victor Wembanyama em setembro, antes de iniciar a sua aventura na NBA com os San Antonio Spurs. Simples e conciso.
Mas a questão da sua presença continua a ser legítima: no verão passado, falhou o Campeonato do Mundo, que tinha inicialmente planeado disputar.
"Na cabeça dele, ele quer jogar, mas uma temporada é tão longa que é preciso ter muito cuidado", comentou o técnico da França, Vincent Collet, à RMC. "Ele quer estar aqui. Quando discutimos isso no ano passado, ele queria estar aqui para o Mundial, então temos que ser cuidadosos, mesmo que a situação não seja a mesma. Terá tido a sua primeira época, os Jogos de Paris, qualquer um quereria competir neles, é único".
"Não há nenhuma razão para ele não estar nos Jogos Olímpicos", disse à AFP o diretor-geral dos Bleus, Boris Diaw. "Ele sempre disse que queria jogar pela equipa francesa, e foi um pouco especial no seu primeiro ano como rookie, com muitas coisas a acertar para a sua primeira temporada na NBA. Mas para mim, sim, é óbvio que ele vai lá estar este verão (2024)".
E mesmo que os clubes da NBA estejam por vezes relutantes em deixar os seus jogadores participarem em competições de verão, o objetivo olímpico final e a experiência dos San Antonio Spurs com Tony Parker, que vestiu a camisola azul em quase todos os Verões da sua carreira, jogam a seu favor.
Wembanyama, um gigante (2,24 m) com uma agilidade ímpar para o seu tamanho, foi acolhido na NBA como a estrela mais aguardada desde LeBron James em 2003.
Imediatamente à vontade no seu novo ambiente, fez algumas boas exibições individuais, tornando-se, no início de dezembro, o jogador mais jovem de sempre a marcar mais de 20 pontos e 20 ressaltos num jogo, com apenas 19 anos de idade.
Mas os Spurs, uma equipa jovem em processo de reconstrução, tiveram um início de época desastroso, com uma série de 17 derrotas (série em curso), um recorde na sua história.
O possível duelo com a Dream Team
Salvo um milagre, os San Antonio não vão participar nos play-offs, que começam em meados de abril. Será que isso é uma boa notícia para os Blues?
"É verdade que, se chegarmos à final, não é tão bom para a equipa francesa. Então, sim, é melhor para ele terminar em abril do que em junho, mas é o mesmo para todos os jogadores", resume Diaw.
Wemby, cuja popularidade explodiu em 2023, poderá ser uma das estrelas dos Jogos Olímpicos de Paris, sobretudo se defrontar os Estados Unidos, que preparam uma "Dream Team" liderada por LeBron James.
Vice-campeões olímpicos em 2021, em Tóquio, após uma excelente campanha e uma derrota na final para os americanos, os Bleus sofreram um duro revés no Campeonato do Mundo de 2023, no Sudeste Asiático, onde foram eliminados na primeira fase.
"O Campeonato do Mundo foi muito dececionante, como foi para todos. Mas não posso fazer juízos de valor porque não estive lá. Talvez seja o ímpeto de que precisamos para ter um bom desempenho nos Jogos Olímpicos", comentou Wembanyama em setembro.