Centenas de pessoas despedem-se de Fernando Gomes debaixo de chuva torrencial

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Centenas de pessoas despedem-se de Fernando Gomes debaixo de chuva torrencial

Muita gente fez questão de comparecer no último adeus ao bibota de ouro
Muita gente fez questão de comparecer no último adeus ao bibota de ouroLUSA
Centenas de pessoas despediram-se hoje do ex-futebolista internacional português Fernando Gomes, vencedor de duas Botas de Ouro e goleador máximo da história do campeão nacional FC Porto, que morreu no sábado, aos 66 anos.

O velório de Fernando Gomes tinha começado ao final da tarde de sábado e prosseguiu este domingo perante familiares, amigos, adeptos e personalidades do FC Porto, além de figuras ligadas a clubes rivais, às entidades do futebol luso e a outros quadrantes da sociedade.

"Era uma pessoa que conseguia criar unanimidade. Diria que a tribo do futebol ficou mais fraca e perdeu uma das suas grandes referências. Tinha uma relação muito pessoal com ele. Aliás, vim diretamente do Catar (onde ia assistir ao jogo entre Portugal e Uruguai, na segunda-feira, do Grupo H do Mundial-2022) para estar cá. Não podia ser de outra forma", partilhou Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Coberta por uma bandeira do FC Porto, a urna foi deslocada da capela mortuária para a igreja pouco antes das 15 horas, seguindo-se uma missa em memória do bibota, que tinha completado 66 anos na terça-feira e convivia há três anos com uma doença prolongada.

A chuva torrencial intensificou-se aquando da saída do cortejo fúnebre da Igreja de Santo António das Antas, tendo um sentido aplauso de centenas de pessoas emoldurado uma despedida comovente, enquanto as claques afetas aos portistas esvoaçavam bandeiras.

"Não sendo do meu clube, era um profundo admirador dele em criança. O seu sentido de oportunidade e o posicionamento eram características que apreciava muito (no relvado). Depois, tinha uma atitude de grande humildade e cordialidade. Estes exemplos são muito importantes e demonstram que a linguagem do desporto pode ser de desenvolvimento, cultura, harmonia e exemplaridade para a sociedade. Fernando Gomes interpretava bem essa forma de estar", recordou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Num momento em que a seleção nacional guardava um minuto de silêncio antes de mais um treino no Catar, o carro funerário foi descendo a Alameda das Antas rumo ao Estádio do Dragão, cercado por adeptos, que entoaram o nome do bibota e o hino do FC Porto.

O cortejo encontrou a caminho da porta principal do recinto um retrato do então capitão a segurar a Taça Intercontinental erguida em 1987, na neve de Tóquio, com a expressão "Eterna Saudade", concluindo essa volta com uma emotiva paragem no museu do clube.

A chuva foi dando tréguas no resto do trajeto, que teve também uma breve homenagem junto ao antigo Campo da Constituição e chegou antes das 17 horas ao sanatório da Lapa, onde seria cremado o corpo do vogal da direção azul e branca para a formação, numa cerimónia reservada à família, que contou com o presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa.

Fernando Gomes impôs-se como maior artilheiro da história do FC Porto, com 355 golos em 452 jogos, e venceu uma Taça dos Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia, além de três Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e cinco campeonatos, que geraram duas Botas de Ouro (1982/83 e 1984/85).

Com 47 internacionalizações e 13 golos pela seleção lusa, que representou no Euro1984 e no Mundial1986, o popularizado 'bibota' intercalou as duas passagens pelas Antas com um périplo nos espanhóis do Sporting de Gijón (1980-1982) e despediu-se dos relvados no Sporting (1989-1991), assumindo desde 2010 funções diretivas no clube do coração.