Janeiro rima com mercao de transferências e o Lyon não é exceção à regra. A seis dias do fecho da janela, os clubes estão ocupados, os jogadores a tentar fazer valer os desejos de relançar a carreira em novos projetos. No meio deste turbilhão, Rayan Cherki está a ser cortejado pelo PSG, Jeff Reine-Adelaide foi recusado pelo Sevilha e João Gomes não quer jogar pelos Gones. Contudo, a entrada de John Textor no Lyon devia significar mais ajuda para Laurent Blanc, sendo que até agora só Dejan Lovren chegou.
É tempo para Rayan Cherki sair?
De acordo com o L'Équipe, a coqueluche do Lyon está a pensar deixar o clube e rumar à capita. Não é uma surpresa ao olhar para o potencial do atleta que com 19 anos já se vai afirmando na Ligue 1. O médio soma já 10 golos e 13 assistências em 81 jogos com o Lyon e se é certo que é nascido e criado no clube, o desejo parece apontar para a saída.
E o Lyon parece não ter solução para travar esta situação. Mesmo com Laurent Blanc no comando da equipa, o clube parece estagnado no meio da tabela e a equipa está a tornar-se menos atrativa do que era há alguns anos quando Jean-Michel Aulas tinha sonhos mais ambiciosos. E se agora é Cherki a ser cobiçado, não faltará muito para a vez de Maxence Caqueret, mais um elemento importante do meio-campo. Malo Gusto, o lateral-direito, também começa a surgir nas cogitações inglesas, com o Chelsea a ponderar avançar já em janeiro. Do ponto de vista financeiro seria um grande negócio, mas desportivamente não há dúvidas que seria problemático.
Dificuldade a vender
No outro lado acontece o efeito oposto. Enquanto os jovens do Lyon são cobiçados, outros parecem incapazes de sair. Há dois anos, Houssem Aouar estava na lista do Manchester City, agora, uma sombra de si mesmo, vai ficar livre em junho e o Lyon não consegue encontrar uma transferência para garantir algum tipo de proveito económico.
Reine-Adelaide chegou ao Lyon em 2019 a prometer chegar muito alto, como comprovam os 25 milhões de euros pagos. Contudo, duas roturas dos ligamentos cruzados depois, o médio nunca conseguiu cumprir as expectativas e procura um novo clube para posseguir a carreira. Deveria rumar ao Sevilha por empréstimo, com uma opção de compra de 12 milhões de euros, mas os exames médicos levaram os espanhóis a recuar e criaram um novo problema para o Lyon. Na mesma situação está Romain Faivre, que chegou em 2021 do Brest, por 15 milhões de euros e quer sair, em princípio para o Lorient.
O mais recente falhanço: A transferência de Karl-Toko Ekambi. Enquanto tudo parecia acordado com o Rennes, o avançado decidiu que queria o Celta de Vigo, sem que existisse qualquer acordo. Situação que complica o plano do Lyon e não facilita a transferência de fazer sair o avançado.
Uma vez que o clube não é mais atrativo, o ataque ao mercado de transferências passa pela repescagem de antigos jogadores como Corentin Tolisso ou Lacazette. Situação que não tem ajudado a uma evolução do clube.
Será John Textor a solução?
Até isto demorou o seu tempo, mas concretizou-se. O empresário norte-americano John Textor comprou o Lyon e isso devia significar um investimento no mercado de transferências. Contudo a diferença entre o discurso do novo dono e a realidade tem sido bastante óbvia.
"Vamos investir no mercado de transferências de janeiro e está tudo a tomar forma para que o clube fique em melhor posição. Vamos investir nas oportunidades que surgirem", explicou a meio de deembro. Um mês depois, o saco do dinheiro não parece suficiente e o clube tem procurado essencialmente saldos.
O mais recente fiasco: João Gomes. O médio do Flamengo está a ser cortejado pelo Wolverhampton e escapou ao clube francês que apresentou uma proposta superior (17 + 2 milhões de euros) à dos ingleses (15 + 2 milhões de euros).
Isto não significa que a ambição terminou para o Lyon. O mercado de transferências no verão vai ser movimentado. Resta perceber qual vai ser a aliciante de um clube que anda longe dos lugares que dão acesso às competições europeias. A isto junta-se um grupo com falta de confiança, o que parece deixar o processo de reconstrução mais atrasado do que o previsto.