Ciclismo: Pogacar aponta ao Giro para tentar dobradinha

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Ciclismo: Pogacar aponta ao Giro para tentar dobradinha

Tadej Pogacar tenta feito no ciclismo
Tadej Pogacar tenta feito no ciclismoBelga via AFP
Grande favorito para o Giro de Itália, Tadej Pogacar inicia no sábado o imenso desafio de aliar este triunfo à vitória na Volta a França, uma "dobradinha" nas grandes voltas que não é conseguida desde o falecido Marco Pantani, em 1998.

O Pirata foi o último ciclista a conseguir subir ao degrau mais alto do pódio consecutivamente nas duas principais provas por etapas do calendário ciclístico. Pogacar tem 42 dias de bicicleta pela frente e um total de 6892 quilómetros a percorrer para o conseguir.

As lendas Fausto Coppi, Eddy Merckx, Bernard Hinault e Miguel Indurain conseguiram a dobradinha duas vezes. Mas o ciclismo tornou-se tão competitivo que este desafio é considerado por alguns como quase impossível. Os poucos que tentaram nos últimos anos, incluindo Alberto Contador e Chris Froome, falharam.

"É muito difícil de conseguir. É preciso saber dosear os esforços", diz Indurain, sobre um aspeto que não é exatamente o ponto forte de Pogacar, com um apetite infinito, que tenta ganhar todas as corridas em que participa.

"É preciso ser perfeito durante 21 dias, 20 não são suficientes. Um dia mau pode mudar tudo", acrescenta Vincenzo Nibali, vencedor do Tour em 2014 e do Giro em 2013 e 2016, sublinhando que na prova italiana as condições climatéricas podem ser complicadas.

Os recentes acidentes que marcaram o ciclismo nos últimos meses são também um lembrete de que é um desporto particularmente exposto à sorte, como o próprio Pogacar experimentou quando sofreu uma fratura na mão em Liège-Bastogne-Liège no ano passado.

Concorrência relativamente modesta

Se há algo em que os antigos ciclistas concordam é que o atual ciclista mais bem colocado para o fazer é Pogacar, o ciclista mais completo do pelotão, que também chega depois de uma preparação milimétrica e tem sete vitórias em apenas dez dias de corrida em 2024, com demonstrações na Strade Bianche, na Volta à Catalunha e na Liège-Bastogne-Liège.

O esloveno também viu o ciclista que o derrotou nos dois últimos Tours, o dinamarquês Jonas Vingegaard, sofrer uma forte queda na Vuelta al País Vasco. Não tinha planeado participar no Giro, mas a sua presença no Tour (29 de junho-21 de julho) também está comprometida. Primoz Roglic e Remco Evenepoel estarão na "Grande Boucle".

Num Giro menos montanhoso do que nas edições anteriores (menos 7.000 metros de desnível do que em 2023), Pogacar tem uma vantagem sobre os seus principais concorrentes. Entre eles, Ben O'Connor, Geraint Thomas, segundo no ano passado, Cian Uijtdebroeks e Romain Bardet.

Alguns observadores prevêem mesmo que Pogacar poderá conquistar a camisola rosa do princípio ao fim, tal como Gianni Bugno em 1990 e Eddy Merckx em 1973, uma vez que a primeira etapa, um percurso montanhoso entre Venaria Reale e Turim, lhe convém.

"Na mesma categoria de Merckx"

O ciclista dos EAU não esconde a sua ambição. "Quero tornar-me o melhor de todos os tempos", disse em março, com apenas 25 anos e 70 vitórias como profissional.

Ainda longe do mito Merckx (11 grandes voltas, 19 monumentos; 2 e 6 para o esloveno), cada vez mais pessoas o vêem no mesmo caminho.

"Para mim, ele está na mesma categoria de Merckx. O seu palmarés e a forma como pedala é simplesmente fenomenal, tem o pedigree de um GOAT (melhor de todos os tempos)", disse Thomas, vencedor do Tour de 2018, no seu podcast.

Uma "dobradinha" Giro-Tour aproximá-lo-ia ainda mais do panteão do ciclismo. E ele parece estar na forma perfeita para lutar por isso.