"Nada foi fácil neste Giro, foram três semanas difíceis em que estive um pouco doente. Também tive problemas para dormir. Houve muitos pedidos. Recebi a camisola rosa na segunda etapa", disse Tadej Pogacar em conferência de imprensa na véspera da última etapa em Roma, que se esperava ser uma simples formalidade.
"Não foi uma viagem longa e tranquila, mas as minhas pernas estavam incríveis", acrescentou.
"Dei mais um passo em frente este ano. É cada vez mais difícil progredir, mas consegui fazê-lo neste inverno. Ainda estou a crescer. A experiência também desempenha um papel importante", assumiu.
Depois de vencer a solo este sábado, em Bassano del Grappa, o líder dos Emirados Árabes Unidos deverá vencer o Giro no domingo com uma vantagem de 9 minutos e 56 segundos sobre o colombiano Daniel Martinez, a maior diferença dos últimos 59 anos.
"A diferença não importa. Um segundo teria sido suficiente para mim. Parabéns ao segundo classificado e aos outros, lutaram até ao fim", disse o esloveno, que se mostrou satisfeito por ter terminado "o Giro em boa forma".
"O plano era terminar com boa disposição e em boas condições físicas. Conseguimos fazer isso. Hoje foi como um teste final para este verão. Estou muito contente com o meu Giro", insistiu, numa altura em que pretende completar a primeira dobradinha Giro-Tour de France desde Marco Pantani em 1998.
Mais uma vez, confirmou que não vai correr a Volta a Espanha este ano - "mas, no futuro, vou querer adicioná-la à minha lista" -, concentrando-se, depois da Volta a França e dos Jogos Olímpicos de 2024, no Campeonato do Mundo de Zurique, no final de setembro.
Este sábado, sentiu-se muito à vontade em Monte Grappa, apesar do comportamento por vezes "limítrofe" de alguns tifosi. Irritado na bicicleta, foi mais indulgente depois.
"Um deles estava a correr ao meu lado com uma lanterna acesa e quase me queimou. Senti as faíscas no meu braço. Mas isso também faz parte do espetáculo", comentou.