O ciclista italiano, de 23 anos, deu a primeira vitória à Itália logo à quarta jornada, batendo o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e o alemão Phil Bauhaus (Bahrain Victorious), respetivamente segundo e terceiro em Andora, com as mesmas 04:16.03 horas do vencedor.
Filippo Ganna (INEOS) ainda ousou atacar nos derradeiros quatro quilómetros, mas ‘morreu na praia’, com o seu compatriota a recuperar a camisola dos pontos que envergou no pódio final da edição anterior, após uma tirada em que Pogacar esteve ‘sossegado’ e deixou os outros candidatos terem uma jornada tranquila.
O início da quarta etapa foi antagónico ao da anterior, com a fuga a formar-se assim que foi dada a partida real para os 190 quilómetros entre Acqui Terme a Andora: Francisco Muñoz (Polti Kometa) deu o mote e foi prontamente acompanhado por Lilian Calmejane (Intermarché-Wanty), Stefan de Bod (EF Education-EasyPost) e Ganna.
O italiano, maior figura entre os fugitivos, acabaria por abdicar, quando percebeu que a iniciativa não iria longe com a sua presença. Após a ‘desistência’ de Ganna, rapidamente a diferença dos escapados aumentou, aproximando-se dos seis minutos.
Numa tirada com chuva mas sem grande história, a Visma-Lease a Bike e a Lidl-Trek assumiram a perseguição ao grupo da frente – que, entretanto, perdeu Calmejane - e foram reduzindo progressivamente a diferença, que já estava abaixo dos três minutos quando Ben O'Connor (Decathlon AG2R La Mondiale), Matteo Trentin (Tudor), Fernando Gaviria (Movistar) e Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) caíram.
O azarado eritreu ainda retomou a marcha, mas voltou a cair um pouco mais adiante, acabando mesmo por desistir – prossegue o ‘pesadelo’ de Girmay na Volta a Itália, prova que abandonou em 2022 devido a uma hemorragia no olho esquerdo, resultante de um ‘acidente’ com a rolha do espumante que abriu no pódio após vencer a 10.ª etapa.
Francisco Muñoz e Stefan de Bod perseveraram e levaram a fuga até ao limite, sendo alcançados apenas a cinco quilómetros da meta, por um pelotão no qual já se perfilavam os comboios dos sprinters, mas de onde ainda saltou Filippo Ganna.
Faltavam pouco mais de quatro quilómetros para o risco, quando a principal figura do ciclismo italiano se isolou. O duas vezes campeão mundial de contrarrelógio (2020 e 2021) empreendeu um verdadeiro exercício individual com a etapa em mente, mas foi alcançado já com a meta à vista, quando os homens mais rápidos se lançaram na disputa pela quarta etapa.
Aí, o vencedor da classificação por pontos do Giro2023 impôs-se com autoridade a Groves e Bauhaus, num sprint em que o português Rui Oliveira (UAE Emirates) foi 27.º classificado.
“Sinto tantas emoções neste momento. Disse desde o início que viemos cá com um objetivo para todos. Por isso, hoje os rapazes fizeram um trabalho fantástico. É uma sensação incrível ganhar novamente aqui na Volta a Itália”, confessou o jovem de 23 anos, após somar a segunda vitória da carreira na ‘corsa rosa’, ainda liderada por ‘Pogi’.
O esloveno da UAE Emirates, bastante irrequieto nas etapas anteriores, ‘fez a vontade’ a Geraint Thomas (INEOS), o segundo classificado da geral, e proporcionou ao experiente galês – e a todos os outros candidatos – um “dia tranquilo”, como o vice-campeão da passada edição ‘pediu’ numa publicação nas redes sociais.
Pogacar lidera com 46 segundos de vantagem sobre Thomas, com o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), que sofreu um percalço técnico dentro dos três quilómetros finais, a manter-se na terceira posição, a 47.
O belga Cian Uijtdebroeks (Visma-Lease a Bike) bonificou e subiu ao quarto lugar, por troca com o colombiano Einer Rubio (Movistar), numa classificação em que Rui Oliveira é 154.º, a 42.10.
Na quarta-feira, a quinta etapa liga Génova a Lucca em 178 quilómetros, com duas contagens de montanha no traçado, uma de terceira e outra de quarta categoria.