Giro: Pogacar ainda tentou 'roubar' etapa aos sprinters mas foi Merlier quem ganhou

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Giro: Pogacar ainda tentou 'roubar' etapa aos sprinters mas foi Merlier quem ganhou

Tim Merlier conquistou a terceira etapa do Giro
Tim Merlier conquistou a terceira etapa do GiroAFP
O irrequieto Tadej Pogacar animou esta segunda-feira uma terceira etapa soporífera da Volta a Itália em bicicleta, mas o ataque do camisola rosa e do ‘vice’ Geraint Thomas foi anulado pelos sprinters, entre os que se impôs Tim Merlier.

Após um início ‘lento’, a segunda metade da terceira tirada teve um pouco de tudo, desde sprinters em fuga, favoritos ‘cortados’ do pelotão e até um inesperado ataque dos dois primeiros da geral nos derradeiros 3,5 quilómetros, que só foi anulado, no caso de Pogacar, a 300 metros do risco, quando os sprinters se lançaram na luta pelo triunfo em Fossano, onde Merlier ergueu os braços.

O segundo triunfo no Giro do belga da Soudal Quick-Step - que o descreveu, a 'posteriori', como o mais difícil da sua carreira – aconteceu diante do italiano Jonathan Milan (Lidl-Trek) e do eritreu Biniam Girmay (Intermarché-Wanty), respetivamente segundo e terceiro na meta, com as mesmas 03:54.35 horas do vencedor.

Apesar de ter tentado arruinar uma das únicas oportunidades para os sprinters na 107.ª edição da ‘corsa rosa’, Tadej Pogacar (UAE Emirates) acabou mesmo por chegar a meio do pelotão, um lugar atrás do seu companheiro português Rui Oliveira, que foi 45.º.

No entanto, o esloveno até reforçou a distância na geral para os perseguidores, uma vez que bonificou num sprint intermédio, e agora tem o britânico Geraint Thomas (INEOS) a 46 segundos e o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), que é terceiro, a 47.

Antes do arranque para os 166 quilómetros entre Novara e Fossano, a ‘luta’ pela geral já tinha sofrido oficialmente uma baixa, com a Jayco AlUla a anunciar a desistência do irlandês Eddie Dunbar, o sétimo classificado do Giro2023, como consequência de uma queda na segunda etapa.

A parte inicial da tirada demonstrou que as duas duras jornadas anteriores já causaram ‘estragos’ no pelotão, com os ciclistas a pedalarem em ritmo de ‘passeio’ durante 50 quilómetros, antes de, finalmente, haver uma tentativa de fuga.

Mas nem os fugitivos estavam muito interessados no sucesso da sua iniciativa, com Lilian Calmejane (Intermarché-Wanty) e Davide Ballerini (Astana) a abdicarem, um após o outro, depois de terem pedalado lado a lado simplesmente a conversar durante alguns quilómetros.

A apatia no pelotão era tal que, após acelerarem para lutar pelo sprint intermédio em Masio, os sprinters se viram numa inusitada e indesejada fuga a mais de 80 quilómetros da meta, chegando a dispor de mais de um minuto de vantagem sobre o grupo principal.

A estrada, no entanto, tinha outros planos para o dia de ‘descanso ativo’ do pelotão: a feroz perseguição movida aos fugitivos por Movistar e Polti Kometa apanhou desprevenidos os mais ‘adormecidos’, causando cortes no grupo principal, que deixaram atrasado o jovem Cian Uijtdebroeks, quarto na geral, e obrigaram a Visma-Lease a Bike a trabalho extra para o fazer reentrar no grupo dos favoritos.

A fuga dos sprinters acabaria mesmo anulada, como era expectável, a uns 40 quilómetros da meta, com a acalmia a regressar ao pelotão, até aos derradeiros 3.500 metros, quando Mikkel Honoré (EF Education-EasyPost) atacou e Pogacar seguiu-o, levando o experiente Thomas na roda.

Vi o Honoré e o Pog irem e pensei ‘é melhor ir também’”, resumiu ‘G’ no final, resignado com a impulsividade e imprevisibilidade do jovem esloveno, que é 12 anos mais novo.

O ciclista da EF Education-EasyPost acabaria por ceder rapidamente, com os dois primeiros da geral a manterem-se isolados até aos metros finais, quando, primeiro, Thomas e, depois, ‘Pogi’ foram absorvidos pelos sprinters, lançados na luta por uma das poucas etapas para si desenhadas.

Relaxei por duas horas hoje”, brincou o esloveno de 25 anos, ao ser questionado sobre o facto de na véspera ter dito que, estando vestido de rosa, já podia relaxar, antes de defender que, na verdade, não atacou, mas se limitou a seguir Honoré.

Na terça-feira, Pogacar vai partir para a quarta etapa, uma ligação de 190 quilómetros entre Acqui Terme a Andora, novamente vestido de rosa e no comando de uma classificação em que Rui Oliveira, o único português em prova, é 161.º, a 42.10 minutos.