Mohoric, que já venceu nas três grandes voltas, ultrapassou o vencedor da etapa de quinta-feira, o dinamarquês Kasper Asgreen, na linha de chegada, desatando a chorar depois das imagens lhe terem confimado a vitória alguns minutos mais tarde.
O sucesso de Mohoric acontece pouco mais de um mês depois de o seu colega de equipa suíço Mader ter morrido na sequência de um acidente na Volta à Suíça, a 16 de junho. Os ciclistas da Bahrain Victorious, Pello Bilbao e Wout Poels, também conquistaram vitórias na etapa deste ano.
"Começámos esta Volta sob muita tensão após a morte de Gino e Matej tinha a ambição de ganhar uma etapa", disse aos jornalistas o diretor desportivo da Bahrain Victorious, Vladimir Miholjevic: "É estúpido dizer isto e pode ser mal interpretado, mas perdemos um membro da equipa, um membro da família e todos na equipa, pessoal e ciclistas, quiseram honrar o Gino. Ele estará sempre connosco. É algo que conseguimos transformar em motivação".
O australiano Ben O'Connor foi terceiro num sprint de três homens, à frente de um grupo de perseguidores que foram apanhados de surpresa quando Asgreen atacou na segunda subida curta do dia.
Para Gino Mader
Uma grande fuga tomou forma nas estradas esburacadas do Jura com um grupo de 30 pessoas a perseguir Victor Campenaerts. O belga foi apanhado e abandonado por O'Connor, Asgreen e Mohoric, que chegaram ao topo da Cote d'Ivory primeiro, depois de se terem afastado do pelotão no sprint intermédio.
A 15 quilómetros do final, o trio liderava um grupo de nove, incluindo Mathieu van der Poel e o detentor da camisola verde Jasper Philipsen, por 15 segundos.
Não olharam para trás e O'Connor lançou o sprint cedo, na esperança de surpreender os seus rivais, apenas para Asgreen entrar no seu slipstream e fazer o seu esforço a 300 metros da meta.
Mohoric seguiu-o e levou a sua bicicleta até à meta mesmo antes do dinamarquês.
"Significa muito. É difícil e cruel ser um ciclista profissional. Sacrifica-se tanto, a família também, e depois percebe-se que toda a gente é tão, tão forte. Por vezes sentimos que não pertencemos aqui", disse Mohoric, que prestou homenagem a Mader: "Passamos mais tempo com os nossos colegas de equipa do que com a nossa família. (A sua morte) põe tudo em perspetiva e faz-nos duvidar do que fazemos, mas no fim do dia o mundo continua. Queria mesmo dar o meu melhor porque ele já não pode".