Comités Olímpico e Paralímpico pedem diferente financiamento ao desporto na lei de bases

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Comités Olímpico e Paralímpico pedem diferente financiamento ao desporto na lei de bases
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de PortugalLUSA
A alteração do sistema de financiamento público do desporto e a valorização das carreiras do dirigente desportivo voluntário e das duais dos atletas são as principais preocupações sobre a nova Lei de Bases do Desporto.

As preocupações foram manifestadas pelos presidentes dos comités Olímpico (COP) e Paralímpico de Portugal (CPP), José Manuel Constantino e José Lourenço, respetivamente, e pelo presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), Carlos Paula Cardoso.

A tutela iniciou esta semana, através da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, as audições para a proposta da futura lei de bases, começando por ouvir COP, CPP CDP, os primeiros de cerca de 20 consultas públicas previstas até ao fim do ano.

É necessário encontrar estabilidade no financiamento público do desporto, até agora dependente das verbas dos jogos sociais (…), o que significa que o esforço no orçamento de Estado com base na receita dos impostos é diminuto. Este modelo torna a situação muito volátil, colocando em causa a sustentabilidade da atividade desportiva quando há diminuição de receitas”, alertou José Manuel Constantino.

Em declarações à Lusa, o dirigente considera que a atual fórmula “não é socialmente aceitável, nem compreensível”, pelo que defende que o Estado deve “olhar para o problema de forma distinta” da atual, “reapreciando o modelo”.

Destacou ainda a urgência em aplicar o estatuto do dirigente desportivo voluntário, já que “é ele o sustentáculo de toda a atividade desportiva”, considerando, por isso, que “é necessário encontrar medidas de o valorizar”, através de medidas que fomentem a “atração, captação e retenção” desses quadros, sem os quais, assegura, haverá “maior dificuldade para organizar a atividade desportiva”.

O COP sinalizou ainda questões relacionadas com o estatuto de utilidade pública desportiva, o Tribunal Arbitral do Desporto, a integridade e governabilidade das organizações desportivas e a densificação das questões de sustentabilidade ambiental.

José Lourenço focou-se também na “revisão do atual sistema de financiamento do desporto”, considerando que o mesmo não deve estar “tão dependente” das apostas desportivas e jogos sociais: “Uma coisa é o Estado socorrer-se dessas verbas e outra o desporto estar dependente delas”.

O CPP insistiu na necessidade de legislar melhor sobre “a dicotomia de direitos e deveres do dirigente desportivo” e defendeu uma maior “equidade de sexos ao nível da participação desportiva e dirigismo”.

Quanto ao Tribunal Arbitral do Desporto, entende que as “organizações supra-federativas” devem ter representação no próprio TAD, “enquanto juízes ou eleição da própria direção”.

A este respeito, diz que a futura lei deve incluir a Confederação do Desporto de Portugal como entidade supra-federativa, juntando-se assim aos comités Olímpico e Paralímpico.

Reforçou ainda a importância do “estímulo” que será a regulamentação das carreiras duais dos desportistas, algo igualmente frisado por Carlos Paula Cardoso, que quer um “capítulo próprio” para as valorizar.

Também alertámos para as questões ligadas à limitação de mandatos na atividade pública desportiva, algo que foi muito discutido antes da lei de 2007”, disse o líder da CDP.

O dirigente pretende que o apoio ao desporto seja feito “através do orçamento geral do Estado”, em vez dos jogos sociais, como acontece atualmente.

Mesmo entendendo tratar-se apenas de “cosmética”, defendeu que a futura lei de bases seja apenas do desporto, não incluindo o termo “atividade física”, que diz já englobado pelo primeiro termo.

Depois de fazer cerca de duas dezenas de audições por todo o país, o texto da proposta legislativa poderá estar concluído no primeiro trimestre de 2024, para, posteriormente, ser discutido e votado.