Entrevista Flashscore a Zenden: "Gakpo é um talento, Noppert foi uma escolha típica de van Gaal"

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Entrevista Flashscore a Zenden: "Gakpo é um talento, Noppert foi uma escolha típica de van Gaal"
Entrevista Flashscore a Zenden: "Gakpo é um talento, Noppert foi uma escolha típica de van Gaal"
Entrevista Flashscore a Zenden: "Gakpo é um talento, Noppert foi uma escolha típica de van Gaal"Profimedia
O antigo internacional pelos Países Baixos, Boudewijn Zenden, de 46 anos, falou com o Flashscore sobre a vitória da Laranja Mecânica frente ao Senegal e da nova estrela da equipa, Cody Gakpo, que conhece bem do PSV.

Nascido nos Países Baixos mas com uma série de experiências no estrangeiro, Boudewijn Zenden vive o futebol a cada segundo, dado o seu papel como adjunto na formação do PSV Eindhoven, a equipa em que cresceu como jogador. 

Do alto das suas 54 internacionalizações com a Laranja Mecânica, o antigo avançado comentou a vitória dos Países Baixos de Louis Van Gaal diante do Senegal (2-0), elogiando sobretudo Cody Gakpo, que foi capaz de desbloquear o resultado com um golo.

- Os Países Baixos sentiram dificuldades para vencer, acabando por confiar na experiência...

- Vi uma equipa um pouco tímida com a bola nos pés,muitas perdas da bola em acções fáceis, enquanto parecia mais confortável na expectativa. E é um disparate, um paradoxo histórico para os Países Baixos, que não gosta de jogar no contra-ataque. Provavelmente foram só nervos, sendo o primeiro jogo do Campeonato do Mundo.

- Foram uns Países Baixos mais cínicos do que reativos

- Num torneio como o Campeonato do Mundo o importante começar bem, ou seja, com uma vitória. É verdade que os Países Baixos querem sempre jogar bom futebol, mas é sempre melhor ganhar do que jogar bem. O resultado, no final, conta mais do que a exibição. Porque se jogar bem e perder o primeiro jogo, isso complica o apuramento para a próxima fase. Mas 2-0 é um bom resultado que dá confiança para o próximo jogo contra o Equador, que será uma espécia de play-off para o primeiro lugar.

- O que traz esta vitória além dos três pontos?

- Penso que só podem melhorar a partir de agora. E já se via algo mais na segunda parte, quando o jogo se virou. Trazer o Depay pelo Janssen foi a decisão certa, e reparei que em geral as mexidas no banco eram objetivas, que a equipa não perdeu a sua identidade com a entrada dos suplentes, mesmo que o ponto de viragem tenha sido a mudança do Gakpo um pouco mais à frente... Não é um ponta-de-lança, mas soube adaptar-se bem e respondeu da melhor forma ao cruzamento do De Jong. Conheço-o muito bem, fez toda a formação PSV, e sempre se destacou pela sua capacidade técnica. Agora tornou-se um atacante maduro e completo.

- A decisão de apostar assim num jogador tão jovem, como o Gakpo, é algo muito típico de Van Gaal. Pensou que ele ia ser assim decisivo?

- Honestamente, sim, embora tenha ficado surpreendido por ele ter sido colocado atrás dos avançados, porque no PSV vi-o muitas vezes jogar na ala, ou como um segundo avançado. No entanto, também deve ser lembrado que esta época no PSV ele é o jogador que mais golos marcou (13 golos e 17 assistências).

- A entrada do Depay na segunda parte também ajudou.

- Está a recuperar de lesão, mas parecia estar imediatamente em cima da bola. Precisa de tempo para recuperar, mas o facto de ter jogado significa que está bem. Sei que ele gostaria de ter jogado mais, mas não podemos forçar, pois precisaremos dele mais tarde.

- A primeira grande oportunidade do jogo foi de Frenkie De Jong, que não conseguiu marcar isolado, talvez ainda mostrando aquela timidez que o caracteriza...

- Se ele marca o golo na primeira parte, o jogo muda. Não sei se se pode dizer que ele é um jogador tímido, porque tem qualidade para ser decisivo. Mas também é verdade que se essa é a sua natureza não a pode mudar. Um golo teria-o libertado mentalmente, mas redimiu-se com o cruzamento para o golo vencedor. No entanto, tenho a certeza de que ele pode liderar esta equipa.

- E o Noppert, o guarda-redes que foi a surpresa no onze?

- É típico do Louis van Gaal. Tem 28 anos, por isso não é particularmente jovem, e foi titular sem nunca ter jogado com a equipa nacional, só alguém como o nosso selecionador iria pensar nisso. É um guarda-redes muito alto, mas mostrou que também pode fechar bem em saídas baixas. 

- Na defesa, os Países Baixos contam dois defesas de nível mundial, De Ligt e Van Dijk. Será essa uma das principais forças?

- O De Ligt não fez o melhor jogo diante do Senegal, ele também, como toda a equipa, só pode melhorar. E não nos esqueçamos de Aké, que é agora uma aposta permanente em Manchester City e complementa perfeitamente os outros dois...