Fórmula 1 sob escrutínio pelo equilíbrio entre segurança e entretenimento

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Fórmula 1 sob escrutínio pelo equilíbrio entre segurança e entretenimento

O Grande Prémio da Austrália de Fórmula 1 foi bastante acidentado
O Grande Prémio da Austrália de Fórmula 1 foi bastante acidentadoAFP
Depois de um Grande Prémio da Austrália muito acidentado e com várias bandeiras vermelhas, a Fórmula 1 só voltará dentro de três semanas, mas o debate sobre o equilíbrio entre segurança e entretenimento promete durar até à prova em Baku.

Ao todo, foram oito os carros que não conseguiram terminar a corrida de domingo em Albert Park e quatro registaram acidentes nos primeiros segundos após um reinício da prova.

A organização do Grande Prémio australiano foi também visadapor falhas na segurança no circuito, uma vez que espectadores acederam à pista antes do final da corrida enquanto outro foi atingido por destroços do carro de Kevin Magnussen, após um dos acidentes.

Os incidentes têm ainda custos avultados para as equipas, numa altura em que estas preparam o regresso no Azerbaijão. "Vai ser dispendioso. Preparar as peças para a próxima corrida... ainda não sei", admitiu Otmar Szafnauer, chefe de equipa da Alpine.

Os pilotos da Alpine, Pierre Gasly e Esteban Ocon, colidiram num dos momentos caóticos após um reinício da corrida e, por isso, não conseguiram garantir pontos para a equipa.

Os comissários pretendiam que o Grande Prémio fosse decidido em corrida, mas o momento obrigou a uma terceira bandeira vermelha, que fez com que a prova, vencida por Max Verstappen, terminasse com a presença de safety car.

Apesar da vitória, o campeão mundial criticou a segunda bandeira vermelha, sublinhando que a decisão confundiu os pilotos e originou acidentes desnecessários. "Eles criaram os próprios problemas", atirou o neerlandês.

Na mesma linha, Lando Norris vincou que a decisão parece ter sido tomada "só para o espetáculo". "Alguém faz algo estúpido na curva um, bloqueia e a tua corrida está terminada porque eles querem tornar o espetáculo mais emocionante", apontou.

A FIA, questionada pela Reuters, não comentou.

Equipas fazem contas aos estragos

Alcançar o equilíbrio entre segurança e desporto é, há muito, um desafio para a Fórmula 1, que alterou as regras sobre a entrada de safety car em prova depois da controvérsia no Grande Prémio de Abu Dhabi, que decidiu o título em 2021.

Michael Masi foi substituído no cargo de diretor de corrida depois da decisão de ajustar as regras na parte final da corrida, opção que ajudou Verstappen a conquistar o seu primeiro Mundial e que negou a Lewis Hamilton o recorde de oito títulos.

Apesar das mudanças, a aplicação das regras de safety car continua a constituir um problema para os condutores e para os chefes de equipa. Toto Wolff, da Mercedes, revelou não estar seguro sobre quando esperar um safety car normal, um virtual ou uma bandeira vermelha após um incidente, numa altura em que a escolha entre recomeços de corrida na grelha de partida ou em andamento está também sob escrutínio, já que as saídas da grelha implicam maior risco à medida que os carros aceleram e procuram conquistar posição.

"Os recomeços na grelha de partida são a parte mais vulnerável de qualquer Grande Prémio e nós fizemos três. Há sempre essa preocupação. Não é o cenário ideal", alertou Christian Horner, responsável da Red Bull.

A tudo isto, junta-se o facto de o circuito de Baku ter sido escolhido para acolher a primeira de seis corridas sprint da presente temporada, decisão que Horner diz ser "absolutamente ridícula", uma vez que pode trazer ainda mais custos às equipas.

O "espetáculo" da Fórmula 1 tem conquistado cada vez mais audiência, especialmente depois do lançamento da série "Drive to Survive" da Netflix, e o Grande Prémio da Austrália registou recorde de afluência, já que foram cerca de 440 mil as pessoas que visitaram Albert Park durante a última semana.

A organização destacou a forte presença de público, mas teve posteriormente de admitir falha nos protocolos de segurança, na sequência de uma invasão da pista por parte de um vasto número de fãs. 

Para além disso, um espectador foi atingido por um destroço do monolugar de Kevin Magnussen que passou a rede de proteção e lhe causou um corte no braço.

"Se me atingia noutro ângulo, podia ter sido horrível", disse Will Sweet à rádio 3AW.