Avião da seleção venezuelana sai de Lima após denúncias de "sequestro"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Avião da seleção venezuelana sai de Lima após denúncias de "sequestro"

Savarino marcou o gol da seleção venezuelana no empate com o Peru
Savarino marcou o gol da seleção venezuelana no empate com o PeruAFP
O avião da seleção venezuelana de futebol levantou voo esta quarta-feira em Lima, com quatro horas de atraso, após um problema de abastecimento de combustível, que o governo da Venezuela classificou como "sequestro" e considerou uma prova de xenofobia.

Vinotinto deixa a capital peruana depois de empatar 1-1 com a seleção local nas eliminatórias sul-americanas para o Campeonato do Mundo de 2026, uma viagem marcada pela tensão.

Desde um incomum controle de imigração no Estádio Nacional pelo governo do Peru, onde vivem 1,5 milhões de venezuelanos, até um confronto entre jogadores da equipa e a polícia após o apito final ainda dentro de campo.

O avião da companhia aérea Rutaca partiu às 14:53 locais (19:53 em Lisboa), quase quatro horas depois do horário previsto.

"Informamos à comunidade que isto aconteceu por motivos meramente administrativos relacionados ao abastecimento de combustível. Descartamos que a administração do terminal tenha gerado situações relacionadas com controlos de segurança sobre o avião ou tripulantes", indicou a concessionária do aeroporto Jorge Chávez, em Lima.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, que classificou o atraso de "sequestro vingativo" após um "extraordinário jogo", confirmou que a seleção está a regressar a Caracas "de forma segura".

Gil disse que o governo peruano ordenou o fornecimento de combustível ao avião e que "prometeu revogar a resolução da PetroPerú, que impede empresas do setor de prestar serviços terrestres a aviões matriculados na Venezuela".

A autoridade migratória ainda não revelou o resultado do "controlo de identidade a pessoas estrangeiras no Estádio Nacional", realizado antes do jogo.

Na semana passada, entrou em vigor um decreto que permite ao governo peruano deportar rapidamente pessoas com documentação irregular, após o fim do prazo fixado até 10 de novembro para regularizar sua situação.

Antes, a Venezuela denunciou xenofobia por parte do Peru, que atribuiu a um aumento na insegurança à presença no país do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua.

"É no mínimo embaraçoso que um evento futebolístico de tanta envergadura tenha sido tomado como campo de batalha para expor as mais baixas paixões de xenofobia antivenezuelana por parte de uma autoridade policial do Peru", criticou o Ministério do Desporto da Venezuela.

O responsável pela mesma pasta também condenou comentários na televisão peruana, em que apresentadores se referiram às mulheres venezuelanas como prostitutas, e exigiu uma investigação por parte da CONMEBOL e das autoridades locais.