O vídeo, apoiado pelo sindicato das jogadoras profissionais da Austrália, apresenta todos os membros da equipa anfitriã do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino e surge no meio de disputas salariais em várias equipas no torneio que começa na quinta-feira.
As Matildas entraram em greve em 2015 para exigir melhores salários e têm recebido a mesma percentagem mínima de prémios em dinheiro para torneios que a equipa nacional masculina da Austrália, os Socceroos, desde um acordo coletivo de trabalho de 2019.
"Setecentos e trinta e seis futebolistas têm a honra de representar os seus países no maior palco deste torneio, mas a muitas continua a ser negado o direito básico de se organizarem e negociarem coletivamente", afirmam as jogadoras no vídeo.
"A negociação coletiva permitiu-nos garantir as mesmas condições que os Socceroos, com uma exceção: a FIFA continua a oferecer às mulheres apenas um quarto do prémio em dinheiro que os homens pelo mesmo feito. Apelamos a todos os que dirigem o futebol para que trabalhem no sentido de dar oportunidades às raparigas e às mulheres no futebol, quer sejam jogadoras, treinadoras, administradoras ou dirigentes", acrescentam.
O prémio total para o Campeonato do Mundo Feminino é de 110 milhões de dólares (89 milhões de euros), cerca de 300% superior ao que a FIFA ofereceu para o torneio de 2019 em França. O organismo que rege o futebol mundial pretende alcançar a paridade dos prémios monetários até aos próximos Campeonatos do Mundo masculino e feminino, em 2026 e 2027, respetivamente.
As jogadoras das selecções femininas da Inglaterra, do Canadá e da Nigéria têm estado em litígio com as suas federações por causa dos salários, no período que antecedeu o torneio na Austrália e na Nova Zelândia.
A mensagem das Matildas sugeria que a igualdade de género no desporto seria novamente um importante ponto de discussão durante o torneio, tal como aconteceu em 2019, quando o litígio salarial dos Estados Unidos com a sua federação foi o centro das atenções.