Recorde as principais incidências da partida
“Foi uma boa exibição. Muitas coisas ainda a crescer, mas com muitas coisas boas. Mudámos a estrutura (aposta em três defesas centrais), não os princípios. E as jogadoras conseguiram neste tempo de trabalho dar resposta ao solicitado. Hoje sentimos que era um bom momento para testar. Mas também sabemos que estes jogos não nos dão pontos como no Mundial", começou por dizer o técnico, em conferência de Imprensa.
"Elas foram competitivas e competentes, mas podemos ainda crescer, sobretudo no último terço do terreno. Com este volume ofensivo, temos de rematar mais vezes, fazer mais golos, ter mais critério no último passe. Foi o grande senão deste jogo em relação à nossa ideia. Na perda, organização defensiva, na forma como circulámos a bola estou muito feliz", sublinhou.
"Há nove anos e meio, quando começámos este trabalho, naquele primeiro Algarve Cup, nunca pensámos que nesta altura íamos disputar um Mundial e ter um estádio do Bessa com 20.000 pessoas a assistir a um jogo nosso. Que ia ser assim tão rápido. Sonhava com isso, mas sabia que não era fácil. O mérito é muito das jogadoras. Tiveram ambição e a coragem e ousadia para agarrar aquilo que lhes foi solicitado, pela Federação e pelos clubes, que têm sido essenciais", destacou.
Afinal, há mais um jogo antes da viagem
Convidado pelo Flashscore a fazer um balanço ao estágio de preparação em território nacional antes da partida para a Nova Zelândia, Francisco Neto deixou escapar um 'segredo'.
"O nosso trajeto não terminou aqui. Amanhã voltamos a jogar com a Ucrânia, em jogo-treino, à porta fechada. E menos tempo. Vamos estimular as jogadoras que não tiveram tantos minutos, mais um momento de crescimento, experiência. Amanhã concluimos a nossa missão. É importante sair destes jogos internacionais com todas as jogadoras com 90 minutos. Isso é maravilhoso para a nossa preparação", revelou o selecionador.
"Vamos para o Mundial com a ambição de sempre, representar bem o país e competir bem, até ao último minuto. Tem sido a nossa bandeira ao longo destes nove anos e meio. Temos muito a crescer até ao dia 23", rematou.
"Temos mais uma carta no baralho"
O selecionador surpreendeu com aposta num novo esquema (3-5-2), onde juntou Ana Borges às centrais Carole Costa e Ana Seiça, permitindo que as laterais (Joana Marchão e Lúcia Alves) se projetassem nos corredores. O que pretendia Francisco Neto com esta mudança de figurino?
"Com a alteração tática pretendemos ter opções de jogo diferentes, dinâmicas diferentes, sem abdicar dos nossos princípios, como a ocupação racional dos espaços. Em função do adversário e da estratégia, estamos mais preparados ou temos pelo menos mais uma carta no nosso baralho", justificou.
"Queremos dotar as jogadoras do máximo de opções possíveis, resolver alguns problemas nossos e criar alguns aos adversários", detalhou.
"O que aí vem vai ter registo completamente diferente. É impossível recriar o que vai ser um Campeonato do Mundo, podemos estar mais próximos, mas nunca vai ser igual", concluiu.