Recorde as principais incidências da partida
Cinco jogos, cinco vitórias, 15 golos marcados e zero sofridos. Sem espinhas! Pode-se questionar o método ou as escolhas do selecionador da equipa das quinas, mas a verdade é que os resultados são inquestionáveis. Portugal está a protagonizar o melhor arranque da sua história numa fase de qualificação para uma grande competição e contra factos não há argumentos.
O treinador espanhol esteve em foco na antecâmara do encontro na Eslováquia por ter chamado nomes como João Cancelo ou João Félix, em detrimento de outros que, no olhar da crítica, mereciam uma atenção maior por parte do selecionador, sobretudo por aquilo que fizeram nestes primeiros meses da nova época, no entanto manteve-se fiel às suas ideias. Entrou como uma "lufada de ar fresco" e apresenta um registo bastante conservador, a fazer lembrar os tempos do Engenheiro.
Roberto Martínez garantiu que segue 82 jogadores, quando instado a comentar a mais recente crítica de Rúben Amorim, mas a verdade é que de março, altura da primeira convocatória, para setembro pouco mudou na convocatória da seleção portuguesa. De lá para cá, houve apenas cinco mudanças na lista de eleitos, duas por opção técnica (Matheus Nunes e Diogo Leite) e as outras por indisponibilidade física (Pepe, Nuno Mendes e Raphael Guerreiro), dando força à ideia de que o grupo está fechado a 26/27 jogadores.
Um registo que já tinha evidenciado na sua última experiência ao leme da seleção belga e que, curiosamente, provocou algum desgaste no seio da equipa, demasiado evidente no Campeonato do Mundo do Catar, com vários jogadores a apresentarem rendimentos bastante desajustados para uma prova de tamanha exigência.
Portugal sem um sistema rígido
Uma das primeiras e principais diferenças para Fernando Santos prendeu-se com o sistema tático. Roberto Martínez apareceu com uma ideia distinta, assente em três centrais, com Gonçalo Inácio e António Silva a ganharem protagonismo no meio dos experientes Pepe e Rúben Dias, sem esquecer Danilo Pereira, hoje muito mais um central do que um médio defensivo nas contas do selecionador.
Os constantes problemas físicos de Pepe permitiram que os jovens centrais de Benfica e Sporting ganhassem uma preponderância maior no eixo defensivo de Portugal e, esta sexta-feira, num jogo em que Martínez recuou no tempo e apresentou uma linha de quatro na defesa, ficou evidente quem está, neste momento, na frente da corrida para assumir o papel principal na ausência do veterano do FC Porto: António Silva a titular ao lado de Rúben Dias. O facto de Gonçalo Inácio ser esquerdino parece, por enquanto, irrelevante para o timoneiro.
Algumas dúvidas desfeitas, outras ideias cada vez mais claras. Os resultados são, naturalmente, muito importantes e são através deles que são alcançadas as qualificações para as grandes provas, mas a qualidade de jogo também deve ser exigida à seleção portuguesa. Com tantos jogadores criativos, não se compreende a falta de criatividade evidente em Bratislava.
Apesar de Portugal ter conseguido marcar em todos os jogos nesta fase de qualificação, esta sexta-feira foi preciso Bruno Fernandes tirar um 'coelho da cartola' para desbloquear um jogo amarrado. Uma necessidade que pode ser muito mais dificultada quando a seleção portuguesa encontrar adversários de valia semelhante ou superior.
"Ganhar é primordial, mas jogar bonito também é importante para nós", disse o selecionador no final do encontro. Agora é só passar das palavras aos atos.
