Por isso, todas as perguntas dirigidas ao treinador espanhol eram sobre se este percalço podia ou não ter sido evitado, e qual era o estado de espírito no balneário e, claro, do mais afetado de todos, Gavi.
Vitória amarga, compreende as críticas por ter dado minutos a mais a Gavi? "Compreendo tudo, é um momento muito difícil e duro para o jogador, para o Barcelona, para a Federação e para todos os seus companheiros de equipa, e para mim. No balneário, parecia que tínhamos perdido, estamos de rastos. O futebol tem destas coisas, é uma atividade de risco, é a parte feia, e tenho muita pena do jogador".
Foi por causa de uma entrada? "Falámos com o jogador. Ele disse que foi um golpe simples e que quando deu um passo sentiu o joelho".
Poderia ter sido evitado? "Se tivesse sido o Gavi, podia outro. Isto pode acontecer num jogo ou num treino. Foi um acidente, um infortúnio, mas o Gavi estava perfeitamente apto para jogar o jogo, tal como os colegas que foram titulares. Foi uma infelicidade".
Estado de espírito de Gavi: "Estava partido, destroçado, não compreendia que lhe podia ter acontecido a ele. A vida mostra-nos que somos muito frágeis. Estava triste, mas quando chegámos ao intervalo foi como um velório, estávamos todos destroçados".
O dia mais difícil: "Sim, é o momento mais difícil, o mais amargo, a impotência... sim, é o mais complicado".
Espanha perde Gavi para os Jogos Olímpicos e o Campeonato da Europa: "Quando se fala da saúde de um futebolista, não penso no Campeonato da Europa nem nos Jogos. Vamos ver amanhã se é menos do que parece e se é outro tipo de lesão, embora pareça pouco provável. É só isso que me preocupa, nada mais".
Porque é que não o poupou: "Se tivesse acontecido com outro, estaríamos a falar da mesma coisa. Ele vinha de não ter jogado no fim de semana por risco de suspensão. Protegemo-lo sempre, a ideia não era fazer os 90 minutos. Podia ter acontecido a qualquer outro".
Azar, um calendário pesado ou excesso de esforço: "Um jogo exige tensão, velocidade, ritmo elevado, cada vez mais. Não se pode jogar de outra forma. Os calendários são o que são, temos de jogar com eles. Sabemos desta pausa internacional há muito tempo. Novembro não é maio, quando já têm uma época em cima. São acidentes que acontecem e têm mais repercussão quando acontecem com jogadores mais importantes como Gavi, Vinicius ou Camavinga. O futebol é assim, é esse o risco que se corre quando se entra em campo".
O que é que disse aos jogadores ao intervalo? "Que devíamos continuar a trabalhar para vencer o jogo e em homenagem ao nosso companheiro. Pouco mais. A prioridade é recuperar um jogador emocionalmente. Até para mim foi difícil explicar-lhes o que se estava a passar".
O que diz aos adeptos do Barcelona? "Sentimos na alma, estamos destroçados e sentimo-lo tanto como eles".