Recorde as incidências da partida
Com ecrã gigante montado no Largo Amor de Perdição, no Porto, à semelhança do que aconteceu nos anteriores, já era grande a concentração de pessoas na hora que antecedia ao jogo, que terminou com a derrota lusa nos penáltis (5-3), após o 0-0 registado no término do prolongamento.
Ainda com olhos postos no que se passava na partida que opunha a Espanha e a anfitriã Alemanha, o ambiente era de grande festa e otimismo renovado, depois de uma exibição frente à Eslovénia que não foi consensual entre os adeptos, mas que permitia a manutenção do sonho.
"Isto hoje está bom para o negócio. Ver a bola sem uma 'mini' não tem jeito nenhum e está aqui muita gente. Esperemos que Portugal passe, mas só jogando melhor do que na última vez", dizia um trabalhador de um bar nas imediações.
A final do Euro-2016, entre estas mesmas seleções, ainda estava muito presente na memória coletiva daqueles que ali se concentravam, um público quase totalmente composto por jovens, com os cânticos relativos a Éder a não faltarem, provocando algumas picardias saudáveis com franceses que também marcavam presença.
"Eu estou convicto que ganhamos. Já não há Éder, mas a nossa seleção é mais forte e a deles mais fraca. Não vejo a França a jogar por aí além", constatou Martim, um jovem adepto, de 23 anos, que trazia consigo a camisola do 'talismã' da histórica partida de 2016.
No decorrer do encontro, e face ao domínio português em termos de ataques e posse de bola, o entusiasmo contagiava-se aos poucos pelos presentes até um estado de grande euforia: havia cânticos de apoio, como se de um estádio se tratasse, até com direito a bombos e bandeiras.
Terminados os 90 minutos, algum nervosismo fazia-se sentir, até com o acumular de algumas ocasiões do lado francês.
"O meu coração não aguenta ir a penáltis outra vez. Acho que, se voltar a acontecer, não vamos sobreviver. O Diogo (Costa) não pode fazer milagres todos os dias", expressou Maria, de 21 anos, que manifestava cada vez mais nervosismo com o acumular dos minutos.
Para sua grande desilusão, as previsões viriam a confirmar-se, depois de todo o público se ter levantado, numa manifestação de esperança, quando Nuno Mendes teve nos pés o golo da vitória, já no minuto 120.
No final do jogo, o silêncio instalou-se numa plateia que se manteve sempre entusiástica nas adversidades da seleção das 'quinas', mas não escondeu o desalento, primeiro quando João Félix falhou a grande penalidade e, depois, na conversão do francês Theo Hernández, que ditou definitivamente o afastamento.
"Daqui a quatro anos há mais. Já sem Ronaldo, mas ainda há mais", concluiu a mesma adepta, apontando já para o próximo Europeu, na que diz ser a mentalidade certa: "Hoje chora-se, amanhã já temos de pensar no que aí vem".
Com a queda de Portugal nos 'quartos' da competição, será a França a disputar a meia-final com a Espanha, marcada para a próxima terça-feira.