O árbitro polaco admitiu que recebe constantemente ofertas para se mudar para países ricos. No verão, os meios de comunicação social escreveram que a Arábia Saudita, para além dos melhores jogadores de futebol do mundo, também gostaria de atrair os melhores árbitros para a primeira liga local, mas, para já, o juiz não foi tentado.
"Vou ficar definitivamente com a minha equipa na Polónia durante mais três anos. Por enquanto, não estamos a ser tentados", admitiu Marciniak, de 42 anos.
Com uma carreira recheada, o árbitro internacional admite, ainda assim, quer preferia ver o sucesso da Polónia ao seu em termos individuais, apesar de ter a ambição de apitar a final do Campeonato da Europa.
"Sa seleção polaca disputasse a final do Europeu, eu não iria chorar. Agora cabe à nossa equipa fazer tudo para ganhar os próximos dois jogos e chegar à final do Campeonato da Europa. Isso seria fantástico, tanto para o novo selecionador Michal Probierz como para os representantes que já foram riscados", disse à agência PAP.
Marciniak acrescentou que para qualquer desportista, e ele considera-se como tal, preparar-se para estar no topo não é um problema.
"É sabido que cada jogo que temos, seja agora na fase de grupos da Liga dos Campeões ou daqui a algum tempo na qualificação para o Europeu, são os mais difíceis. Isso significa que a confiança na minha experiência, no meu estilo de arbitragem, continua a ser enorme. É também uma motivação. Apercebo-me de que muitos jovens árbitros se inspiram na minha arbitragem. Tenho sempre de ser um exemplo para os mais novos", explicou.
O árbitro nascido em Płock é o único representante da sua profissão cuja placa se encontra no Caminho das Estrelas, no Estádio Nacional PGE, em Varsóvia. As outras figuras do futebol polaco que tiveram a honra de estar neste local são futebolistas e treinadores.
"É um enorme prestígio e privilégio. Há aqui nomes que vi, pelos quais torci, que me fizeram perder a noite. Sou árbitro, mas também sou adepto". - acrescentou.
Marciniak referiu-se a uma situação polémica ocorrida no jogo de qualificação para o Euro de quinta-feira entre as Ilhas Faroé e a Polónia. Aos 49 minutos, o árbitro neerlandês, depois de recorrer à ajuda do VAR - uma vez que anteriormente tinha "deixado o jogo correr" - decidiu que o defesa Hoerdur Askham merecia um cartão vermelho por uma falta em frente à grande área sobre Arkadiusz Milik.
"A partir destas repetições, era difícil avaliar a situação. Os árbitros do VAR têm muitas câmaras. Conseguem ver com muita precisão onde ocorreu a falta. Presumo que não se podem ter enganado. Se a falta foi em frente à grande área, cartão vermelho e livre direto, se foi dentro da grande área, cartão amarelo", explicou.
O árbitro de 42 anos não quis comentar especificamente os incidentes ocorridos após o jogo AZ Alkmaar - Legia Varsóvia, da Liga da Conferência. Não se tinha deparado com uma situação semelhante na sua carreira.
"Ambas as partes estão a defender as suas razões. É a zona zero, onde há muitas câmaras. O registo de vigilância foi enviado à UEFA. Vamos esperar pela decisão. Quando se actua rapidamente, comete-se o maior número de erros. Isto tem de ser analisado. É claro que nenhum futebolista pode ser enganado. É triste que no século XXI tenhamos de falar destas coisas. Todo o ambiente, incluindo a proteção que deveria ter sido proporcionada pelos anfitriões, falhou", observou.
Marciniak admitiu que o seu irmão mais novo, Tomasz, que também é juiz, beneficia dos seus conselhos e explicações.
"Tomek é muitas vezes o meu árbitro técnico. Começámos juntos, ombro a ombro. Uma arbitragem tão fraternal. Temos o nosso próprio grupo, eles enviam-me situações ambíguas e pedem-me para tomar uma decisão final com base nos critérios que seguimos", concluiu