- Durante quanto tempo fica amargurado com uma derrota, como sucedeu diante do Osasuna?
- Dura apenas esse dia. Nada mais. No dia seguinte, essa derrota faz parte do passado e não se pode mudar nada do que aconteceu, por isso há que seguir em frente. Só podemos aprender e concentrarmo-nos no próximo adversário.
- Sendo o primeiro jogo, em casa e com um novo treinador, é uma queda no termómetro da esperança ou apenas um acidente?
- Acho que não é nem uma coisa nem outra. É um primeiro jogo e a equipa ainda está a assimilar as ideias que o treinador quer que coloquemos em campo. Como já disse, aprendemos com as derrotas e penso que é mais uma motivação para fazer melhor no próximo jogo.
- A equipa ainda está longe do que Rafa Benítez lhe pede?
- Estamos a trabalhar e a evoluir com o passar das semanas. Estamos a assimilar os conceitos que o Rafa nos transmite. É algo que leva tempo.
- É um treinador muito exigente. O que mais vos chamou a atenção desde a sua chegada?
- Em primeiro lugar, a sua forma de transmitir as coisas, a sua maneira de nos explicar e comunicar as suas ideias e conceitos. É exigente porque quer fazer sobressair a melhor versão que cada um de nós pode dar. Também me impressionou a liderança que transmite à equipa e a proximidade que tem com todos nós.
- Não se sabe muito sobre Iván Villar. Apresente-se. Fale-nos um pouco da sua história...
- Comecei no mundo do futebol, como todas as crianças, a jogar na escola com os meus amigos nas aulas. Desde pequeno que fazia parte da equipa da minha aldeia, até que tive a sorte de ser notado pelo Celta. Entrei para o clube como jogador juvenil de primeiro ano e estou lá desde então.
- Escolheu ser guarda-redes graças ao seu irmão Manuel?
- Talvez. Como era o meu irmão mais velho, sempre olhei para ele e, como ele jogava como guarda-redes na equipa da minha aldeia, talvez isso me tenha influenciado.
- É verdade que em criança ele era muito tímido, mas em campo falava muito?
- Sim, é verdade. Eu era muito tímido quando era miúdo, mas agora já não sou. Evoluí nesse sentido.
- Ainda está a estudar na universidade CAFYD (Ciências da Atividade Física e do Desporto)?
- Sim, ainda me faltam cinco cadeiras e o projeto final para terminar e ser licenciado.
- Quem foi o seu ídolo?
- Cresci na época em que Casillas e Buffon eram os melhores guarda-redes da Espanha e da Itália, pelo que foram modelos para mim.
"Courtois e Ter Stegen, os melhores"
- E quem é o melhor guarda-redes do mundo atualmente, na sua opinião?
- Acho que não consigo escolher um, mas na liga espanhola temos grandes guarda-redes. Tanto Courtois como Ter Stegen parecem-me estar entre os melhores do mundo.
- É galego e de Pontevedra. O seu maior sonho é estar e permanecer no Celta?
- Para mim sim. Como já disse, entrei no Celta como criança e passei pelas diferentes categorias para chegar aqui, com tudo o que isso exige em termos de sacrifício e trabalho, porque para mim é um sonho.
- E recebesse uma proposta da Arábia Saudita?
- Neste momento, estou muito feliz aqui.
- Sobreviveu a guarda-redes como Rubén Blanco, Marchesín, Diego Alves... e agora é o titular. É um orgulho?
- Para eles só tenho boas palavras. Foram muito bons companheiros de equipa, mas é verdade que, no final, como atleta profissional, o que se quer é jogar e provar o seu valor em campo. Por isso, é claro que é um motivo de orgulho.
- É preciso recuperar os pontos perdidos contra o Osasuna, mas há dois jogos complicados pela frente. Considera mais difícil o jogo no Anoeta ou o jogo contra o Real Madrid?
- Neste momento não estou a pensar no jogo contra o Real Madrid, só penso no próximo jogo contra a Real Sociedad. Esse deve ser o nosso objetivo. Temos de o fazer passo a passo.
- Como guarda-redes, quanto é que o Real Madrid perde sem Courtois?
- Muito. Courtois passou alguns anos a um nível muito elevado e com um desempenho impressionante, em que é evidente que ajudou a sua equipa a ganhar jogos e títulos. É uma perda importante, mas o Real Madrid tem um grande plantel com jogadores muito bons. Kepa é também um grande guarda-redes.
- O novo Madrid representa a tendência atual do futebol para o físico?
- É verdade que o futebol está a mudar e hoje em dia parece que o físico é mais importante, mas penso que, sobretudo ao nível da elite, é preciso combinar as duas facetas, a física e a qualidade.
- Qual é o seu favorito para ganhar este campeonato espanhol?
- A verdade é que não penso nisso. A minha cabeça está no Celta, para fazer bem, fazer o nosso trabalho e terminar o campeonato o mais alto possível.
"Aspas é uma lenda viva"
- O que é que Aspas representa para Vigo e para o Celta?
- Iago é uma referência para qualquer canterano como eu. Ele representa esta equipa, este escudo e as suas cores. É uma lenda viva do Celta e posso assegurar-vos que é o melhor jogador que o clube já teve. Penso que, no final, é uma sorte tê-lo na equipa, não só pelo que representa, mas também pelo seu desempenho e qualidade.
- Qual é o seu verdadeiro objetivo para esta época?
- Penso que o verdadeiro objetivo vai ser ganhar todos os jogos e tentar obter bons resultados para fazer uma boa época em que a equipa não sofra.
- Mesmo sem Gabri Veiga?
- Não sei o que vai acontecer com ele no final. Se ele sair, desejo-lhe o melhor, mas somos uma grande equipa e vamos tentar prová-lo.