Recorde as principais incidências
Cádiz é uma cidade de Carnaval. Não há nada mais importante nestes dias de fevereiro na Tacita de Plata do que o que acontece no Gran Teatro Falla e nas suas ruas. Dias de festa, de divertimento, de diversão. Exatamente o contrário do que acontece no Nuevo Mirandilla, onde o sofrimento é o pão nosso de cada dia.
Não foi preciso esperar muito para confirmar isso. Logo aos cinco minutos, Willian José finalizou um cruzamento rasteiro de Johnny Cardoso, que recuperou a bola junto à linha lateral e entregou ao brasileiro de forma inteligente.
O Betis estava na melhor fase e por pouco não dilatou a vantagem, primeiro por Juan Miranda e depois por Fekir. O francês, que substituiu Isco, lesionado, estava a fazer uma boa ligação com Cardoso e Fornals, para controlar a defesa adversária. Duas boas contratações para Manuel Pellegrini.
A equipa de Cádiz nem sequer sentia o cheiro da bola, pecando por precipitação numa chuva que lhes toldava a visão. Rui Silva teve de esperar 42 minutos para justificar o seu salário, após um remate de Escalante. O remate foi envenenado, mas o ressalto voltou a cair no mesmo jogador. Desta vez foi Cardoso, omnipresente, a bloquear o impacto. Não havia mais nada a preocupar o Betis a nível defensivo.
Mauricio Pellegrino, o treinador da casa, pensou que a entrada de Juanmi para o lugar do provocador Alejo lhe daria mais força ofensiva, mas, apenas 20 segundos após o recomeço, a bola acabou nos pés do reforço do Betis, Fornals, que desferiu um remate certeiro com o pé esquerdo, que passou por Ledesma para fazer o 0-2.
O Cádiz, se já jogava com coração e sem cabeça, só não sofreu o terceiro golo porque Pezzella cometeu um erro imperdoável na área. O Betis parecia tão superior que os amarelos, nem que fosse para dar um motivo de alegria aos seus adeptos, ousaram finalmente olhar para a baliza. Juanmi e Robert Navarro foram os únicos a testar os reflexos de Rui Silva. A resposta do guarda-redes português foi sensacional.
A reta final do dérbi ficou marcada pelo momento em que os adeptos do Cádiz perderam a paciência com os seus jogadores e com a sua direção. Os plásticos de proteção da chuva fornecidos pelo clube acabaram por inundar o relvado e quase obrigaram o árbitro a apitar para o final do jogo.