Las Palmas 1-2 Barcelona

Não deve ser bom beber provar o próprio veneno. Nem é preciso perguntar ao Barcelona, que se encontrou com o seu alter ego em Las Palmas e já estava de sobreaviso. Isso quase lhes custou metade do campeonato, mas os atuais campeões receberam um trevo de quatro folhas no final do jogo. Cancelo saiu lesionado no arranque do jogo, Félix saltou do banco a tempo da reviravolta.

Perderam a batalha da posse de bola no início do jogo. Assim, os canários jogaram e jogaram até que Sandro encontrou espaço e serviu Munir, que aproveitou a indecisão de Iñaki Peña para tocar a bola para a rede. Se é doloroso sofrer um golo logo aos 11 minutos, é ainda mais doloroso quando dois dos jovens formados na La Masia são os autores do golo.

E os ex-canteranos podiam ter feito mais. O próprio Sandro foi travado por Peña, que limpou para canto, e depois rematou contra o poste. Munir voltou a isolar-se, em clara vantagem, mas o domínio não foi perfeito quando tinha tudo tão fácil...

O Barça não conseguia avançar, nem com a desculpas da lesão precoce de Cancelo. Mesmo quando recuperava a bola, era incapaz de se ligar. Só por uma vez, tentado pela avançada linha defensiva adversária, De Jong conseguiu lançar uma bola longa e deixar Sergi Roberto sozinho em frente ao guarda-redes, mas o capitão foi altruísta e permitiu que Marmol cortasse a bola.

A impotência era tanta, sem qualquer remate à baliza, que Xavi era movido por demónios no banco. Raphinha foi o foco da sua raiva por ter caído repetidamente em fora de jogo (sete foras de jogo na primeira parte para os blaugrana). Cheirava a uma discussão como a que teve lugar contra o Almeria.

O Barça regressou dos balneários com uma cara diferente, descaradamente ofensivo, e bloqueou o Las Palmas. Aos 55 minutos, um livre que desviou em Lewandowski caiu nos pés de Sergi Roberto, que tocou para Ferran. O valenciano, com o seu oportunismo habitual, rematou para o 1-1.

Ainda assim, faltava fluidez para criar oportunidades para a reviravolta, mas foi o suficiente para colocar os Pío Pío no seu próprio ninho. A equipa de García Pimienta, incapaz de recuperar a posse de bola, acumulou homens na defesa. Era altura de sofrer. Mesmo assim, Mika Mármol, outro ex-Blaugrana, teve o golo na cabeça após um canto, mas falhou o alvo.

A precisar de um golo, já não é de estranhar que Xavi tenha tirado Lewandowski do banco. O polaco continua ausente, embora se conte sempre com ele. Assim, optou por João Félix e Yamal, e depois por Vítor Roque, que fez a sua estreia. Nem assim.

O Las Palmas resistiu... até que, já nos descontos, o recém-adquirido Sinkgraven empurrou Gündogan quando este saltava para uma bola na zona da baliza, depois de um disparo de Félix. O alemão assumiu a responsabilidade e marcou o golo da vitória, festejado como se de um título se tratasse. Não foi fácil.

Até ao apito final, Vítor Roque teve duas ocasiões para marcar na estreia, mas falhou o alvo em ambas, a primeira das quais de forma algo clamorosa.

Sevilha 0-2 Athletic Bilbao

O Sevilha vai mesmo acabar a primeira volta da LaLiga apenas um ponto acima da zona de descida, depois de sofrer a nona derrota no campeonato aos pés do Athletic Bilbao.

A equipa basca subiu ao top 3 do campeonato com este triunfo e continua, de forma surpreendente, na luta pelos lugares de Liga dos Campeões - a formação orientada por Ernesto Valverde não perde há 11 partidas para todas as competições.

Já sem Iñaki Williams, convocado para o CAN, o Athletic Bilbao controlou por completo a primeira parte do encontro e não permitiu qualquer ocasião ao Sevilha. Por outro lado, Dmitrovic viu Mikel Vesga entrar na sua área e fazer, de cabeça, o primeiro golo da partida.

O Athletic voltou a entrar bem na segunda parte e por pouco não fez o 0-2 por Nico Williams, mas ainda teve de segurar a melhor fase do Sevilha, que reagiu a meio do segundo tempo para tentar chegar à igualdade.

No entanto, numa cópia do primeiro golo, Aitor Paredes aproveitou um cruzamento da direita para aparecer na grande área, bater Dmitrovic e confirmar o triunfo da equipa basca, que sobe ao terceiro lugar, com os mesmos 38 pontos de Atlético Madrid e Barcelona.

Bem distante está o Sevilha. No 16.º lugar da LaLiga, com 16 pontos, a equipa da Andaluzia prepara-se para uma segunda metade da temporada a lutar pela manutenção. Não foi uma estreia positiva para José María del Nido Carrasco, novo presidente do Sevilha, que viu o clube perder no primeiro jogo no Ramón Sánchez Pizjuán desde que assumiu o cargo.

Osasuna 1-0 Almeria

O português Luís Maximiano esteve em destaque na baliza do Almeria, ao evitar dois golos quase certos, mas não conseguiu evitar o 14.º desaire do conjunto da Andaluzia, que parece cada vez mais condenado à descida de divisão.

O Osasuna somou o quarto jogo sem derrotas em casa e termina a primeira volta num tranquilo 12.º lugar, com 22 pontos, mais sete do que a primeira equipa em zona de descida.

A primeira parte da equipa da casa foi mais bem conseguida do que a segunda, apesar da má notícia para o conjunto de Pamplona, que perdeu Chimy Ávila por lesão.

Depois de uma boa intervenção de Maximiano minutos antes, erros consecutivos da defesa do Almeria permitiram a Budimir marcar o único golo da partida, aos 27 minutos, com uma finalização tranquila na grande área. O internacional croata já leva nove golos marcados na LaLiga.

Na segunda parte, o Almeria melhorou, mas o Osasuna foi sempre a equipa mais perigosa. Uma vez mais, Maximiano segurou a margem mínima, mas o destino final do Almería foi o habitual: a derrota.