Mbappé como Beckham: Governo espanhol estuda "Lei" para facilitar transferência para o Real

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Mbappé como Beckham: Governo espanhol estuda "Lei" para facilitar transferência para o Real
Kylian Mbappé em final de contrato com o Paris SG
Kylian Mbappé em final de contrato com o Paris SGAFP
A questão que circula em Espanha é a seguinte: deveria ser criada uma "Lei Mbappé" para facilitar a chegada do capitão da seleção francesa ao Real Madrid? A ideia é uma isenção fiscal nos moldes da Lei Beckham.

Kylian Mbappé está na rampa de lançamento do Real Madrid... mas, sem surpresa, o capítulo económico é objeto de duras negociações.

A chegada do capitão da seleção francesa é também uma preocupação política. Tanto assim é que o governo de Madrid está a ponderar aprovar uma "Lei Mbappé" relativa ao IRPF, ou seja, ao imposto sobre o rendimento. O objetivo é simples: validar as isenções fiscais. Em 2005, Espanha promulgou uma "Lei Beckham" que se aplicava a todo o país. Desta vez, será aplicada apenas a nível local, mas a ideia continua a ser a mesma: atrair capitais estrangeiros para Madrid.

Uma novela com muitos episódios

Esta lei está na calha da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Ayuso (Partido Popular), mas não conseguiu concretizá-la, impedida pelo VOX (extrema-direita). Desde então, porém, o PP dispõe de uma maioria absoluta e deixou de estar impedido. Segundo o jornal El Nacional, que divulgou a notícia, a lei teria efeitos retroativos e aplicar-se-ia a todos os estrangeiros que chegassem à Comunidade de Madrid em 2024.

Em suma, a "Lei Mbappé" consistiria numa dedução de 20% dos investimentos na bolsa e em sociedades não cotadas e ativos financeiros para os estrangeiros que se instalassem na capital espanhola. Esta dedução poderia ser prorrogada por 6 anos.

"Por exemplo, um estrangeiro investe 10 milhões de euros, 2 podem ser deduzidos, mas se o que paga de imposto regional sobre o rendimento for 400.000 euros, não o pagará durante cinco anos, até que todo o imposto sobre o rendimento tenha sido deduzido", defende a medida.

Esta dedução incidiria sobre 20,5% do futuro salário de Mbappé, deixando-o a pagar apenas 24,5%. Supondo que o seu salário se situaria entre os 25 e os 35 milhões de euros líquidos por ano, isso representaria "mais 1,7 pontos do que os jogadores merengues que ganham entre 12,45 e 18 milhões euros brutos por ano e menos 3,3 pontos do que os que ganham 35, 4 milhões de euros por ano".

Ayuso justificou esta medida de incentivo fiscal: "Dois em cada três euros que chegam a Espanha sob a forma de investimento estrangeiro são investidos em projetos desenvolvidos na Comunidade de Madrid. Na última década, os fluxos de investimento duplicaram". A lei espera atrair 30 mil estrangeiros para Madrid, com um custo estimado de 60 milhões de euros para as finanças públicas do governo autónomo.

Esta lei surge numa altura de rivalidade entre Madrid e Barcelona. O El Nacional explica: "Há anos que a região não utiliza todo o espaço fiscal que o Governo concede às comunidades autónomas, com a intenção de que não só os estrangeiros e as multinacionais, mas também as empresas e as fortunas espanholas, acabem por se instalar em Madrid. Na verdade, está a renunciar a arrecadar 2,630 milhões por ano, algo que comunidades como a Catalunha, que sofrem não só de um défice fiscal mas também de investimentos estatais, não podem suportar".

Isto ajudou a convencer a FIA a assinar um contrato para 2026 e 2035, para que o Grande Prémio de Espanha se realizasse em Madrid, com o risco de Montmeló deixar de fazer parte do programa.