A saída de Matheus Uribe para o Al Sadd abriu uma vaga no meio-campo do FC Porto. O colombiano era um dos esteios de Sérgio Conceição, empregando solidez defensiva com uma capacidade de passe que ajudava a suportar um sector intermediário onde os dragões costumam atuar com dois elementos.
Para o seu lugar têm sido aventados vários nomes, o último dos quais foi Nico González. Esta segunda-feira, o pai revelou à Rádio Renascença que o FC Porto é uma hipótese e o internacional sub-21 por Espanha poderá assim preparar-se para a primeira aventura fora do país natal.
Perante isto, o Flashscore traz-lhe um perfil de Nico González.
Filho de uma lenda
O apelido de Nico traz alguma força no futebol espanhol, sobretudo na Galiza. É filho de Fran González, antigo médio esquerdo que se destacou ao serviço do Deportivo da Corunha e foi mesmo internacional espanhol em 17 ocasiões.
Com 636 jogos pelos galegos (o único clube que representou na carreira), Fran era um dos líderes do Superdepor onde pontuavam nomes como Bebeto. Sagrou-se campeão com o Deportivo, esteve próximo de rumar ao Real Madrid e ao Barcelona, mas o preço exigido acabou por afastar os dois gigantes e o Riazor foi a casa nos 17 anos em que foi profissional.
Enquanto internacional por Espanha, participou no Euro-2000, onde somou duas partidas.
Sucessor de Busquets
Não bastasse o apelido, Nico González viu-lhe ser atribuído um rótulo pesado no início da carreira. Formado em La Masia, estreou-se pelo Barcelona em 2021/22 ao lado de Pedri (contratado ao Las Palmas). Médio mais defensivo, somou 37 partidas pelos balugrana e começou a ser visto como o eventual sucessor de Sergio Busquets.
Contudo, a chegada de Franck Kessié, a continuidade de Frenkie de Jong, a vitalidade demonstrada por Busquets e o crescimento de Gavi começaram a retirar espaço ao médio que optou por deixar o Barcelona e rumar até Valência, onde era pretendido por Gattuso.
E se é verdade que tem algumas parecenças com Busquets, Nico González aporta outras características que podem ser úteis ao modelo de Sérgio Conceição.
À semelhança do mais recente jogador do Inter Miami, Nico tem como área preferencial o centro do terreno. No Valência jogou quase sempre num meio-campo a três (com o triângulo invertido ou o habitual do 4x3x3) e ocupou um papel mais central.
Um médio mais combativo que Busquets, faz da recuperação de bolas uma das grandes armas e garante alguma estabilidade defensiva ao meio-campo, normalmente pontuado com outros jogadores mais criativos.
Na hora de ter a bola, Nico González procura abrir o jogo, com os passes preferencialmente a irem na direção dos flancos, onde, por normal, estão as zonas mais desocupadas e que permitem à equipa progredir.
Não sendo um médio com grande pendor ofensivo (durante toda a época fez apenas três remates enquadrados) tem capacidade de se aproximar da área com a bola controlada, saindo de zonas de pressão. Com a taxa de sucesso dos dribles esta época a chegar aos 72 por cento, segundo a opta.
Mostra, também, alguma proeza no ar que pode ser aproveitada em cantos. É, de resto, assim que marca o único golo na temporada, diante do Getafe.
Não sendo o molde exacto de Uribe, Nico González apresenta algumas características que fizeram do médio cafetero um dos jogadores mais importantes do FC Porto nos últimos anos e tem as qualidades necessárias para evoluir sob a orientação de Sérgio Conceição.