Depois de uma primeira derrota encorajadora em Lens, uma segunda derrota um pouco menos encorajadora em Marselha e, finalmente, três vitórias gratificantes sobre Toulouse, Mónaco e Nantes, Pierre Sage colocou o Lyon de novo no caminho certo. Um sucesso que, obviamente, precisará ser confirmado nas próximas semanas, mas os nove pontos conquistados permitiram que o clube deixasse a zona de despromoção e subisse um pouco na tabela.
"O Nantes pegou na bola, não era suposto acontecer assim. A sua mudança de organização (3-4-3) causou-nos um problema, ocupando muito espaço. Foi uma boa escolha tática de Jocelyn Gourvennec, mesmo que tenhamos caído sem quebrar", disse Sage na noite de quarta-feira.
Ao que tudo indica, o treinador de 44 anos viu a sua cotação subir graças ao trabalho que realizou em apenas três semanas.O Lyon pode ter encontrado o seu salvador...
Já convenceu
Depois de começar com um 4-2-3-1 em Bollaert e depois no Vélodrome, o atual diretor das categorias de base do Lyon decidiu mudar para um 3-4-2-1 contra Toulouse, Mónaco e Nantes. Duje Caleta-Car, Jake O'Brien e Dejan Lovren foram escolhidos para o eixo defensivo, enquanto Rayan Cherki e Ernest Nuamah foram posicionados no apoio a Alexandre Lacazette. Na prática, é difícil tirar conclusões, mas parece promissor e Sage pode ter encontrado um equilíbrio.
No entanto, essa não é provavelmente a chave para este sucesso mais recente. De facto, os jogadores que puderam falar sobre o seu novo ambiente nas últimas semanas repetiram todos um mantra bem conhecido do futebol: "liberdade". Para tentar fazer com que as coisas voltem a funcionar, o antigo adjunto de Habib Beye decidiu dar aos seus jogadores muita liberdade em campo. A liberdade de driblar para eliminar, a liberdade de recuar para tentar criar espaço na fase ofensiva. Vimos isso em primeira mão na partida contra o Racing.
E é verdade que, quando um grupo é formado por jogadores como Cherki, Nuamah e Jeffinho, para citar apenas alguns, é difícil imaginar restringi-los. Com Fábio Grosso, em particular, sentiu-se que o camisola 18 dos Gones era muito tímido em campo. Ele precisa de exprimir-se e não seria surpreendente vê-lo melhorar nas próximas semanas, especialmente no toque final.
"Aprecio o desejo dos jogadores de fazerem algo em conjunto. Percebemos desde as primeiras sessões que era necessário recriar os hábitos de jogar em conjunto. Por isso, a equipa rodou menos para recriar a interação com os mesmos jogadores em cada linha. (...) E do ponto de vista desportivo, jogando juntos, treina-se melhor. Especialmente num período de cinco jogos em 21 dias, o jogo faz-nos progredir a nível atlético", afirmou Sage na conferência pós-jogo de quarta-feira.
Por enquanto, enquanto as equipas da Ligue 1 poderão desfrutar de alguns dias de férias antes do resto da temporada em 2024, não há nada de revolucionário na versão do Lyon de Pierre Sage. No entanto, para além dos resultados, o ambiente que rodeia o clube do Ródano parece cada vez mais propício ao sucesso desportivo.
É impossível dizer quanto tempo Sage ficará no banco do Lyon, mas quando um certo Raymond Domenech dá o seu aval, isso significa muito.
"Ele tem capacidade para dirigir este grupo, porque sei o que dizem os que trabalharam com ele. Ele aborda esta missão sem complexos, com uma visão clara do valor relativo da equipa e com a serenidade de que o clube carece neste momento", disse Raymond Domenech ao diário L'Équipe esta semana.
Por fim, se olharmos para o mercado, é difícil dizer se algum treinador faria melhor do que Pierre Sage.