Os Países Baixos perderam na receção à Croácia (2-4 após prolongamento), nas meias-finais da Liga das Nações. A final four está a ser disputada entre Roterdão e Enschede, sendo que a Laranja Mecânica jogou no De Kuip onde não perdia há 31 jogos (25 vitórias e seis empates).
Quatro anos depois de ter perdido a final da Liga das Nações para Portugal, os Países Baixos encaravam nova oportunidade de vencer a prova com renovado otimismo. Contudo, em fase de renovação – apresentaram o onze mais novo desde 2018, com uma média de idades de 25 anos e 143 dias – a Laranja Mecânica mostrou que ainda não está afinada.
A partida até começou de feição para os neerlandeses. Depois de suster um maior domínio da Croácia, os Países Baixos colocaram-se em vantagem ao intervalo. Numa jogada que começou pela esquerda, Nathan Aké tocou a bola para Wieffer e o jogador do Feyenoord assistiu Malen que rematou de primeira para o fundo das redes.
O clima de festa durou pouco tempo. A Croácia entrou mais assertiva para a segunda parte, com Modric a aproximar-se de zonas mais avançadas e a ditar todo o jogo do conjunto dos Balcãs. E o pequeno maestro que dá início à reviravolta. Aos 55 minutos entrou na área contrária e foi derrubado por Gakpo, que o agarrou. Assinalado o penálti, Kramaric bateu para o fundo das redes de Bijlow, guardião do Feyenoord que foi uma das novidades da convocatória.
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O balde de água fria aconteceu a menos de 20 minutos do fim. Uma das novidades de Zlatko Dalic, Ivanusec cruzou da esquerda e encontrou Pasalic (73 minutos) no coração da área que deixou os croatas em vantagem.
Até final, Koeman tentou de tudo para balançar a equipa para o ataque – Weghorst, Bergwijn e Noa Lang foram lançados – e funcionou. Quando tudo parecia encaminhado para a festa da Croácia, eis que os Países Baixos chegam ao empate. Aos 90+6 minutos, numa bola bombeada para a área, Van Dijk cabeceou ao primeiro poste, Weghorst conseguiu atrapalhar os defesas croatas e Noa Lang foi o mais expedito, finalizando de forma certeira.
O prolongamento trouxe uma partida com as feições muito semelhantes ao que foi grande parte dos 90 minutos regulamentares. A Croácia mais confiante com bola, a ditar o controlo do jogo e a procurar atacar a área de uns Países Baixos completamente balançados para a frente e muito fustigados pelo cansaço.
Essa nova aceleração compensou. E por um trunfo que começa a ganhar arma de estatuto secreto no prolongamento. Lançado para os 30 minutos suplementares, Bruno Petkovic (98 minutos) desembaraçou-se de Frenkie De Jong e disparou um remate colocado de fora da área, colocando fora do alcance do guarda-redes adversário. Depois de ter marcado ao Brasil no prolongamento, nos quartos de final do Mundial-2022, voltou a fazer o mesmo, mas desta feita aos Países Baixos.
Até final, Noa Lang voltou a ter oportunidade de ser herói. Bergwijn escapou-se na direita, rematou para defesa de Bijlow e o avançado do Club Brugge com a baliza deserta, falhou a recarga e atirou à malha lateral. Mas a Croácia também se pode queixar de azar. Numa investida à área, Pasalic tirou o guarda-redes do caminho, mas disparou à trave.
Contudo, a machadada final chegou minutos depois. Aos 116 minutos Malacia derrubou Petkovic na área. Assinalado o penálti, Luka Modric encaminhou-se de rematar para o fundo das redes, engrandecendo uma exibição de absoluto domínio no meio-campo.
A Croácia avançou para a final – a segunda de uma competição de seleções em cinco anos, depois do Mundial-2018 – e tem a oportunidade de conquistar, pela primeira vez, um troféu oficial, sendo que irá defrontar quem vencer entre Itália e Espanha. Será também uma oportunidade para Luka Modric, que se tem falado da retirada da seleção, coroar a carreira com um título na seleção. Seria o concretizar do sonho de um pequeno génio.
