Entre esses sonhos está, confessa, ouvir o hino da Liga dos Campeões.
"Vivo e trabalho a imaginar na minha cabeça o hino. A música, o sentimento. É o sonho da minha vida e tenho a certeza que o vou conseguir realizar", atira o técnico de 52 anos.
Antes de olhar para um futuro mais distante, porém, Álvaro Pacheco foca-se na Taça de Portugal e no duplo confronto com o FC Porto nas meias-finais da prova, o primeiro já na quarta-feira, em Guimarães.
"Seria o ponto de viragem da época. Ganhar seria especial para todos. A primeira mão é em casa e a segunda no Dragão. Estamos preparados", garantiu.
Caso chegue à final e vença a primeira Taça de Portugal da carreira, Álvaro Pacheco já tem dedicatória definida.
"Ao meu pai, claro. Um exemplo de resiliência e coragem. Ainda me lembro quando decidi interromper os meus estudos para trabalhar como serralheiro com ele. Nunca tive vergonha disso, aliás, hoje ensino aos meus filhos o valor da humildade e a consciência de ter de lutar por algo", contou.
"Nasci em Angola, mas quando tinha dois anos e meio mudei-me para Portugal. Isso teve um impacto enorme na minha família. Nunca fomos ricos, pelo contrário, por isso, quando tinha 17-18 anos, trabalhava. Depois o futebol entrou na minha vida, primeiro como paixão e depois como profissional, e desde então nunca mais parei".
O técnico revisitou a sua passagem pelo Vizela, que levou do Campeonato de Portugal à Liga Portugal, e explicou o segredo do bom momento no Vitória SC, depois de ter sido despedido do Estoril Praia.
"Os meus jogadores. A ética de trabalho, a vontade de melhorar e a intensidade que colocam em cada treino são de aplaudir. Temos uma identidade, e depois um sonho: jogar na Liga dos Campeões. Agora estamos a lutar por um lugar na Conferência, mas estou certo de que os resultados virão. Os nossos adeptos são incomparáveis", elogiou.
O técnico do Vitória SC deixou ainda elogios ao homem do momento em Guimarães, Jota Silva.
"Um talentoso extremo esquerdo que marcou 13 golos este ano. Quando se estreou com Portugal, fiquei entusiasmado com ele. Sou um homem instintivo, um homem de coração", atirou.
Por fim, novamente o grande objetivo de carreira: "Não ter uma única quarta-feira livre. Como já disse, o meu objetivo é ouvir o hino da Liga dos Campeões de olhos fechados".