Quando Çalhanoglu chegou ao Inter, vindo do rival AC Milan, era um jogador que costumava fazer a maior parte do seu trabalho no último terço. Atuava quase sempre como médio mais ofensivo, ou mesmo partindo de uma das faixas.
Mas o papel nos Nerazzurri é diferente. Começou a ocupar áreas mais profundas do campo, ao mesmo tempo em que melhorou outras facetas do seu jogo. Çalhanoglu tornou-se num médio mais completo e versátil sob o comando de Simone Inzaghi.
Çalhanoglu tem apenas quatro golos e oito assistências em todas as competições esta época, o que não traz muita atenção. Mas, ao analisar o seu desempenho, é importante olhar para outros números, em vez dos mais óbvios.
O médio criou 70 oportunidades na Série A, com uma média de 2,7 por jogo - a maior do Inter. As suas seis assistências no campeonato são incomparáveis com as de qualquer outro jogador do clube. Ele é o maestro no coração do meio-campo, criando inúmeras oportunidades para os seus companheiros de equipa.
Mas, como já foi dito, o internacional turco tornou-se um jogador com várias qualidades. Nenhum médio do Inter tem mais interceptações do que Çalhanoglu no campeonato (25), e ele recupera a bola no meio-campo uma média de 4,2 vezes por 90 minutos, mais do que qualquer outro jogador da equipa.
O seu desempenho contra o AC Milan na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões foi absolutamente soberbo, mas passou despercebido.
Os 68 toques na bola, 40 passes completos, oito entradas no último terço, nove duelos ganhos, bem como as 14 vezes em que recuperou a posse de bola, foram os números mais altos de um jogador do Inter.
Ele pode não estar a marcar muitos golos, ou a fazer todas as coisas chamativas que mantêm o adepto na ponta da cadeira, mas Calhanoglu é uma peça crucial no meio-campo da Inter ao lado de Nicola Barella. Se ele fizer um bom jogo, a Inter tende a seguir o exemplo.
E contra o Manchester City, a equipa precisa mesmo que ele faça um bom jogo. Calhanoglu vai defrontar o melhor meio-campo do futebol mundial, com Kevin De Bruyne, Rodri e Ilkay Gundogan como titulares, e John Stones, que deverá passar da defesa para o meio-campo.
Será o maior jogo da carreira de Hakan Çalhanoglu e, quando entrar no relvado do Estádio Olímpico Ataturk, poderá estar a 90 minutos de fazer história no futebol turco.