- É decepcionante não jogar em Inglaterra ou em Espanha as meias-finais da Champions e ter que jogar contra uma equipa da sua cidade?
- Nos quartos de final (contra o Nápoles) foi mais triste não jogar contra uma equipa não italiana, mas neste nível, nas meias-finais, não se pode escolher. É um clássico e será incrível. As pessoas falam disso o tempo todo.
- Formou-se no Lyon e joga no Milan desde 2020. O que este clássico representa?
- Para mim é como Lyon-Saint Etienne ou Marselha-PSG, mas multiplicado por dois. A atmosfera no estádio é enorme e há muitas coisas ao redor. Aqui todos são adeptos, seja homem ou mulher, e escolhem um lado. Existe uma pressão no dia a dia. No início, quando se chega, isso afeta-te menos porque não não cresceste aqui. Mas passado um tempo já se sente. Sente-se que é o maior jogo, que muda uma temporada, diretamente. Pode salvar uma temporada ou matar uma parte da temporada, tanto para eles (Inter) como para nós. Isso deixa tudo mais bonito.
- O Inter chega mais confiante por ter vencido os últimos clássicos, na Supertaça de Itália (3-0) em janeiro e no Campeonato Italiano (1-0) em fevereiro?
- Era um momento no qual tínhamos mais dificuldades, era mais fácil para eles nos vencerem, não estávamos no nosso nível. Mas sabemos do que somos capazes nesta competição. Na Liga dos Campeões é tudo diferente.
- O Milan tem sete títulos na Champions. Ganhar o oitavo é o objetivo?
- A história de um clube conta muito. Se estivéssemos num clube normal, com esta meia-final, estariam a dizer que está tudo bem. Mas aqui, com o peso da história, pelo nível do clube e dos adeptos, todos pensam em ganhar. Depois de termos vencido Tottenham e Nápoles, dissemos a nós mesmos que temos que ir o mais longe possível.
- Aos 22 anos, como vê a sua evolução, com uma concorrência cada vez maior, com o regresso de Simon Kjaer?
- É uma temporada na qual joguei muito, depois lesionei-me durante a data FIFA (em março, com a seleção sub-21 de França) e isso significou uma pequena pausa. Estes são os primeiros dias que não tenho dores. Estou bem, no momento certo. Cabe a mim dar tudo para recuperar a minha posição, mas a concorrência é normal no futebol. A cada desfalque, outro jogador está pronto, mas isso faz todos evoluírem e deixa a equipa mais forte.
- Algumas vezes foi comparado com Lilian Thuram, que foi lateral-direito antes de se tornar defesa-central. Está acostumado às duas posições, tem preferência por alguma?
- No Milan jogo muito como defesa-central. Na seleção (francesa sub-21), o treinador (Sylvain) Ripoll prefere colocar-me como lateral. Para mim, isso permite evoluir nas duas posições, estar preparado para qualquer eventualidade. Sendo sincero, o que te faz amar uma posição tem mais a ver com quem jogas.