Acto III, Cena 1: esta quarta-feira de início de abril, o Real Madrid tem encontro marcado com uma competição que o estimula e diante de um bem conhecido adversário inglês. Pela terceira vez em três épocas, os Blancos enfrentam os Blues, que eliminaram no ano passado, depois de terem sido afastados pela mesma equipa nas meias-finais, um ano antes. Há só uma bola ao centro para todos. Joguem, cavalheiros.

Se os londrinos podem não estar na melhor forma ao chegar a estes quartos de final, os jogadores de Carlo Ancelotti sorriem e sentem-se confiantes, apesar da distância de 13 pontos do Barcelona na Liga espanhola. "O grupo está a trabalhar bem e chegamos numa altura oportuna para jogar contra o Chelsea", disse o italiano.

Nesta primeira mão, o plano para os espanhóis é dar tudo para ganhar a melhor vantagem possível para o jogo da segunda mão, em Stamford Bridge. Enquanto o Manchester City, potencial adversário de ambas as equipas na meia-final, venceu por 3-0 o Bayern de Tuchel na terça-feira, o Real vai tentar seguir os mesmos passos e imitar o desempenho dos Citizens.

Campeões europeus em título em missão

Quando o Real Madrid joga na Liga dos Campeões tem de fazer tudo ao seu alcance para levar o título para casa. Embora as casas de apostas, jornalistas e observadores de futebol nunca diriam que esta equipa é favorita no papel, a realidade é bem diferente. Algo testemunhado no ano passado. Este ano, novamente, os espanhóis não são os teoricamente favoritos para ganhar o 15.º troféu europeu. E, no entanto, toda a gente sabe o que os madrilenos são capazes de fazer.

"O grupo está a divertir-se, mas sabem ser sérios quando têm de o ser. Para mim, é fantástico treinar estes jogadores. Esta equipa pode ganhar qualquer título que quiser e, se ganharmos a Taça do Rei, conquistamos todos os títulos possíveis nos últimos dois anos. Há quem não os ganhe durante uma vida inteira", disse Ancelotti na conferência de imprensa de antevisão.

Inevitavalmente, contra os Blues, os madridistas vãp entrar em campo com a intenção de marcar golos e colocar-se na melhor posição possível para a segunda mão. "Temos de tirar partido de fazermos o primeiro jogo em casa para levar uma vantagem para a segunda mão. Queremos fazer um jogo completo: defender bem, melhor que contra o Villarreal no sábado, e atacar, se possível, como fizemos na quarta-feira (passada) em Camp Nou", apontou.

Em missão, mas sem pressão

"É uma forma de pensar diferente de outros jogos da Liga dos Campeões que já jogámos no passado". Porque sim, na época passada, o Real Madrid fez uma gestão diferente dos jogos em casa, visto que começou todas as eliminatórias fora de casa. Por isso, a história começa de forma diferente esta quarta-feira, mas a equipa quer manter o pensamento positivo e tem experiência suficiente para superar este tipo de testes. 

Sempre a sorrir, Carlo Ancelotti parecia não sentir o mínimo de pressão na manhã de terça-feira. Sabe que esta é a sua competição, tendo ganho seis edições na carreira (duas como jogador e quatro como treinador), e também do Real Madrid (o clube mais bem sucedido da história com 14 vitórias). A pressão, se é que ela existe, estará inevitavelmente mais do lado adversário, porque os madrilenos adoram-na e sabem lidar com ela.

"Se olharmos para a história do Real Madrid, a pressão é muito elevada. Sabemos isso, mas gostamos deste tipo de pressão e gostamos de lidar com ela. O Real Madrid é um clube especial, o melhor clube do mundo, e temos de saber lidar com essa pressão", disse David Alaba.

"O objetivo é chegar à meia-final. Temos de trabalhar muito. Este ano é diferente, porque jogamos a primeira mão em casa e a segunda fora, mas sabemos o que podemos e devemos fazer nestes dois jogos. Estamos muito confiantes e estamos a trabalhar todos os dias para isso", continuou.

Antonio Rüdiger admitiu, em entrevista exclusiva com a MARCA na segunda-feira, que ele e os companheiros de equipa vêem "o medo nos olhos dos adversários do Real Madrid na Europa". É uma vantagem inegável quando o hino da Taça Orelhuda soa num estádio minutos antes do pontapé de saída. Para esta quarta-feira, Ancelotti a equipa contam com um plantel 99% completo. Apenas o francês Ferland Mendy está ausente. O Real Madrid, à procura da 15.ª consagração, tem outra data marcada com a história para uma nova primavera europeia.