Recorde as incidências da partida
O "momento histórico", como Filipa Patão apelidou na conferência de antevisão a um dos jogos mais importantes da história do Benfica, foi aproveitado pelas encarnadas para provar que com trabalho, dedicação e talento é possível fazer frente a uma das melhores equipas do planeta.
A juventude da equipa do Benfica, com apenas seis anos de existência e 98 jogos no principal escalão do futebol português, contrastava com a experiência de um Lyon, octocampeão europeu, com 137 partidas realizadas na Liga dos Campeões, e com um plantel recheado de jogadoras com créditos firmados no panorama internacional.
Arte de saber defender e atacar
Pese a ausência de vulto de Jéssica Silva e da saída madrugadora de Nycole Raysla, devido a lesão, o Benfica mostrou desde cedo que não entrava na cantiga do favoritismo previamente atribuído ao adversário e mostrou-se bastante competente em vários momentos do jogo. Se Lena Pauels, Laís Araújo, Carole Costa e Christy Ucheibe formavam um bloco defensivo organizado, complicando a manobra ofensiva das gaulesas, houve também capacidade para mostrar os devidos créditos no ataque.
Aliás, a primeira grande oportunidade do desafio pertenceu mesmo ao Benfica, logo aos sete minutos, altura em que Andrea Falcón recebeu de Nycole e rematou para defesa de Christiane Endler, com a bola ainda a ir ao encontro do poste.
As comandadas da luso-francesa Sonia Bompastor responderam de forma natural e também tiveram as suas ocasiões - Lena Pauels segurou os remates de Le Sommer (19 e 37 minutos) e Cascarino (23) -, antes de Vanessa Gilles cometer dois erros grosseiros na etapa final do primeiro tempo, um deles a resultar no golo de Andreia Faria.
A internacional portuguesa intercetou um passe falhado da defesa canadiana e correu sozinha para o frente a frente com Endler. Não tremeu e fez mesmo o 1-0. Dois minutos volvidos, Chandra Davidson, que tinha entrado para o lugar de Nycole, não mostrou a mesma assertividade e perdeu o 2-0.
O desgaste, Pauels e... a reviravolta!
Na etapa complementar, o Lyon entrou revigorado e criou inúmeras dificuldades à defensiva das águias, sobretudo pelo corredor direito, onde Christy Ucheibe, central pelo lado esquerdo no esquema de Filipa Patão, teve muitas dificuldades para travar o ímpeto ofensivo de Ellie Carpenter e Kadidiatou Diani.
As tricampeãs nacionais ainda conseguiram aguentar dez minutos, mas a partir da hora de jogo foi difícil lidar com o desgaste criado pela força e experiência do Lyon. A guarda-redes Lena Pauels foi atrasando aquilo que parecia inevitável - defesa estupenda a remate de Diani, aos 62 minutos -, no entanto não teve mãos para segurar o remate de Cascarino, após assistência de calcanhar de Dumornay, uma das apostas de Bompastor no segundo tempo.
O 1-1 deu confiança ao conjunto gaulês, que continuou a circundar a área benfiquista de forma insistente, e caiu como um balde de água fria numa equipa do Benfica com poucas forças para reagir. Pauels voltou a estar em evidência ao negar a reviravolta a Dumornay, aos 73, e Becho teve um golo anulado, aos 77, só que o segundo golo acabou mesmo por surgir para o Lyon.
Aos 80 minutos, Lindsey Horan apareceu sozinha no flanco direito e cruzou para a cabeçada certeira de Däbritz. Os festejos do Lyon foram comedidos, apesar de a eliminatória ficar bem encaminhada para as gaulesas. Mas ainda há uma segunda mão para disputar em solo francês, na próxima semana, a valer um lugar nas meias-finais da Liga dos Campeões.
Melhor em campo Flashscore: Lena Pauels (Benfica)