Justiça espanhola diz que FIFA e UEFA "abusaram de posição dominante" em relação à Superliga

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Justiça espanhola diz que FIFA e UEFA "abusaram de posição dominante" em relação à Superliga

Atualizado
Ceferin, à esquerda, e Infantino, à direita, cumprimentam-se no Congresso da UEFA em fevereiro
Ceferin, à esquerda, e Infantino, à direita, cumprimentam-se no Congresso da UEFA em fevereiroAFP / César Suárez
A FIFA e a UEFA "abusaram da sua posição dominante" ao oporem-se à Superliga, um projeto de competição semi-fechada que esteve perto de implodir o futebol europeu em 2021, segundo uma sentença judicial espanhola.

Os dois organismos do futebol mundial e europeu devem cessar "condutas anticompetitivas", incluindo "restrições injustificadas e desproporcionadas", exige na sua decisão o 17.º Tribunal Comercial de Madrid, no recuso de um procurador da Superliga, um projeto liderado pelos dois grandes clubes do futebol espanhol, Real Madrid e Barcelona.

Desta forma, o magistrado do tribunal dá parcial provimento à ação intentada pela European Super League Company S.L (ESLC). e admite que a UEFA e a FIFA "impõem restrições injustificadas e desproporcionadas", impedindo a livre concorrência no mercado.

Exige também que os órgãos dirigentes do futebol europeu e mundial, respetivamente, removam imediatamente "todos os efeitos das ações anticoncorrenciais que ocorreram antes ou durante a duração deste processo, que teve início em 18 de abril de 2021".

Em abril de 2021, a ESLC anunciou o lançamento da Superliga, promovida a princípio pelos clubes espanhóis Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid, pelos italianos AC Milan, Inter de Milão e Juventus e pelos ingleses Liverpool, Manchester City, Chelsea, Manchester United e Tottenham.

A primeira versão do projeto da Superliga foi rapidamente enterrada devido, nomeadamente, à oposição dos adeptos dos clubes ingleses e às ameaças da UEFA e da FIFA, e registou progressivamente a saída de alguns dos seus subscritores.

A ideia inicial de uma competição fechada para 20 clubes, com as equipas fundadoras, alguns convidados e outros que seriam classificados anualmente pelo seu desempenho, foi posteriormente alterado para uma prova aberta, com 64 participantes, promoções e despromoções, e também com um torneio feminino para 32 clubes.

A decisão divulgada aponta que “embora a Superliga, nos termos inicialmente levantados na ação, ou seja, de acordo com o projeto inicial”, já tenha sido descartada pelos seus promotores, “as petições em relação a ela também devem declinar”.

Mas “não há espaço para impor uma proibição ou restrição em abstrato, isto é, impor uma proibição futura a qualquer outro projeto ou modificação do já apresentado”, afirma.

“Admitir o contrário significaria aceitar uma espécie de proibição ou blindagem de qualquer projeto de competição de futebol apresentado pelos demandantes, o que não é aceitável”, acrescenta.

Desta forma, “caberá às partes envolvidas modificá-lo e adaptá-lo posteriormente”.

“Isso não determina que a autorização de qualquer concurso seja objeto do procedimento, mas sim lançar as bases para canalizar um sistema de livre concorrência para a organização de competições de futebol", destaca a decisão.