Opinião: Atalanta confirmou mais uma vez, em Anfield, que é uma equipa europeia

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Opinião: Atalanta confirmou mais uma vez, em Anfield, que é uma equipa europeia
A alegria de Pasalic após o terceiro golo diante do Liverpool
A alegria de Pasalic após o terceiro golo diante do LiverpoolAFP/Canva
O caráter da equipa de Gasperini é agressivo, dinâmico e ofensivo, exatamente o que é necessário para vencer fora de Itália. E, nesta altura, porque não tentar ganhar a Liga Europa?

Há anos e anos que a Atalanta anda pela Europa a impressionar toda a gente com o seu jogo e também com os resultados alcançados. De facto, a façanha que viu a equipa de Gian Piero Gasperini ficar a poucos passos das meias-finais da Liga dos Campeões, na edição de 2020, quando no jogo contra o Paris Saint Germain, em Lisboa, foi eliminada apenas após uma recuperação tardia de uma equipa que era claramente superior no papel, não está longe.

O caráter agressivo e pró-ativo do Bergamasco é típico de uma equipa que, de alguma forma, abjura o seu estatuto italiano e provinciano, indo jogar nos principais estádios da Europa com o faro de quem quer liderar ou, pelo menos, de quem não pretende apenas fechar-se em copas e construir barricadas. A vitória por 3-0 em Anfield, onde Gianluca Scamacca confirmou mais uma vez que, se colocado em condições, pode ser um avançado centro de topo, confirmou o caráter europeu dos homens de Gasperini, que podem correr mais livremente em campos mais verdes, apesar da força dos seus rivais.

Recorde as incidências da partida

Embora o Liverpool que enfrentou os orobici não tenha estado exatamente numa das grandes noites, também, e principalmente por causa de uma mudança a que Jurgen Klopp foi quase obrigado, já que está na luta pelo título de campeão da Inglaterra, o desempenho da Atalanta em Anfield é para recordar.

Uma personalidade desarmante, combinada com uma concretização absoluta, caracterizou os 90 minutos de Ederson e dos seus companheiros, num dos templos do futebol europeu e mundial, onde o grito do Kop assusta qualquer um e os arrepios testam os nervos, até dos campeões.

Depois de terem entrado em campo para se divertirem, os jogadores do Bergamo viram a sua iniciativa recompensada após quase meia hora de estudo, em que conseguiram assumir a liderança através de uma ocupação ótima dos espaços e de transições hábeis. Mas isso não foi tudo. Porque na segunda parte, quando o treinador da casa colocou a artilharia pesada em campo, conseguiu conter a fúria do adversário e recomeçar de forma incisiva, praticamente congelando a eliminatória.

Ataque letal

17 golos em nove jogos. Esta é a marca dos nerazzurri, que são a terceira força ofensiva da Liga Europa entre as equipas que ainda não disputaram as pré-eliminatórias. Os nerazzurri estão atrás apenas do Liverpool e do Leverkusen, respetivamente com 28 e 26, e dominadores absolutos nos seus campeonatos.

A vitória em Anfield, portanto, é tanto o resultado de uma importante abnegação, quanto de uma extrema convicção nos seus próprios meios ofensivos. Porque a Atalanta, que entra em campo com três defesas, dois bons jogadores nas alas e avançados intermutáveis, é capaz de qualquer tipo de golpe.

A vantagem de três golos é um resultado sólido para levar para casa, apesar de o Liverpool se ter habituado a grandes reviravoltas na Europa, entre as quais a que teve sobre o Barcelona, há cinco anos, na Liga dos Campeões. Desta vez, porém, os Reds não terão a força pulsante de Anfield ao seu lado.

Os nerazzurri, por outro lado, não devem pensar na vantagem acumulada, mas entrar em campo como se nada tivesse acontecido. Esta será a única forma de confirmar o grande feito do Liverpool e, nesta altura, ambicionar também a conquista de um título que seria extremamente glorioso.