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“São circunstâncias e o Sporting também não era o que é hoje, não estava na posição que está hoje. Havia instabilidade e é normal, tendo vindo de clube pequeno, ter acusado a pressão”, explicou o defesa que alinha atualmente pelo Torreense, em entrevista à Lusa.
O lateral-esquerdo fora emprestado aos leões, em janeiro de 2013, todavia, a sua estadia em Alvalade acabaria por ser curta.
“O Sporting tinha jogadores que tinham vindo de grandes clubes e que também não se conseguiram impor, e não era um miúdo que, passados dois anos de jogar pelo Mafra, iria conseguir assumir-se num clube como o Sporting”, acrescentou, antes de sublinhar que, apesar de não se ter imposto, foi uma aprendizagem para o futuro.

Joãozinho, de 34 anos, começou a carreira no Olivais Sul, rumando depois ao Olivais e Moscavide, onde concluiu a etapa formativa e fez a estreia no escalão sénior.
Em 2009/10, o futebolista transferiu-se para o Mafra, pelo qual jogou durante duas temporadas na segunda divisão portuguesa, antes de suscitar o interesse do Beira-Mar, para onde seguiria e onde viria a fazer a estreia no principal escalão do futebol português.
Após uma época e meia, e quase 50 jogos realizados pelo emblema de Aveiro, chegou o primeiro grande desafio da carreira, quando assinou pelo emblema verde e branco.
O percurso de leão ao peito foi de apenas meia época, seguindo-se uma temporada no SC Braga, na qual foi intercalando entre a equipa principal e a formação secundária, antes de rumar ao estrangeiro, que era uma das suas “vontades”.
Em 2017, e depois de experiências na Moldávia, Roménia e Bélgica, Joãozinho regressou a Portugal para alinhar pelo Tondela durante duas épocas, antes de assinar pelo Estoril Praia, clube que representou nas quatro últimas temporadas, com um interregno.
Sobre a saída do emblema estorilista, o lateral remete para mais tarde as explicações que motivaram a sua rescisão, ressalvando, contudo, que o Estoril é o “clube do coração” e que deseja que “continue na Liga”.

“É o clube que quero que ganhe sempre”, asseverou, revelando “o amor e as amizades” que guarda no emblema e que justificam a forte ligação que mantém com os dirigentes, funcionários e adeptos do clube.
“Estou a fazer o meu estágio de nível II de curso de treinador nos sub-23 do Estoril. O sentimento que eles têm por mim é o mesmo que tenho por eles”, atirou.
Joãozinho compete atualmente na Liga 2, sendo que, questionado sobre a possibilidade de regressar à I Liga, o defesa foi taxativo.
“Já não penso em regressar. Tenho 210 jogos na Liga e já não é uma coisa com que sonhe. Se estiver num clube e subir de divisão, obviamente que ficarei contente, mas a Liga 2 já não é tão diferente da Liga em termos qualitativos como era antes”, reiterou, notando ter “ainda condições para voltar a jogar no escalão principal”.
Incentivado a apontar os candidatos ao título de campeão nacional, o experiente futebolista coloca o SC Braga no mesmo lote dos três grandes.
“Os quatro podem ombrear lado a lado para serem campeões, sendo que, tendo o Braga na luta, quem sai a ganhar é o campeonato”, enalteceu.

Projeto no Torreense
O defesa Joãozinho sublinhou ainda que o que o fez rumar ao Torreense, no último defeso, baixando um patamar, foi o projeto que o emblema de Torres Vedras lhe apresentou.
“O projeto e a maneira como as pessoas chegaram até mim. Achei que era um projeto ambicioso, sendo que, o facto de estar perto de casa, também contribuiu para aceitar o convite”, admitiu o experiente futebolista, de 34 anos.
Joãozinho tinha convites de outras equipas, “e até melhores financeiramente”, mas estar perto de casa e “a humildade com que as pessoas do Torreense” o abordaram pesaram na sua decisão.
Na presente temporada, Joãozinho contabiliza 13 jogos pela formação liderada por Rui Ferreira, e tem sido um dos protagonistas no bom desempenho que a equipa está a desenvolver, razão pela qual integra já o lote de capitães.
“Quando me ligaram, disseram-me que queriam que também fosse um dos líderes do balneário, e, uma vez que já tenho essa personalidade, as coisas foram surgindo naturalmente, tanto no balneário, como também dentro de campo”, explicou, evidenciando que encontrou nos azuis-grená um balneário “muito familiar” e uma “massa associativa” que o recebeu muito bem.

Sobre as ambições do Torreense para esta época – o clube ocupa a quarta posição –, Joãozinho prefere ser cauteloso.
“Este Torreense é um clube de projeto. Ambicioso, sonhador, mas com objetivos jogo a jogo, pelo que não vale a pena estar a criar grandes expetativas”, afirmou.
O jogador acredita que a presente edição da Liga 2 “é a mais competitiva dos últimos 15 anos”: “os jogos têm sido muito equilibrados, com muitos mais empates do que o habitual, fruto dessa competitividade entre as equipas”.
“Colocar perspetivas em grande, está errado. Temos de pensar jogo a jogo até porque sabemos que há equipas que se declararam candidatas, outras com muitos anos de Liga, com orçamentos grandes”, atirou, acrescentando que a equipa compete “com realidades completamente diferentes”, mas que está “a dar luta”, objetivo ao qual se propôs no início do campeonato.
Além do trajeto positivo que está a realizar no campeonato, o Torreense tem também ambições na Taça de Portugal.
Os azuis-grená – que eliminaram o primodivisionário Rio Ave, 2-1 na ronda anterior – vão receber o Tondela no domingo, às 17:00, em jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal, numa competição em que, segundo o ex-Estoril Praia, existe o “sonho de chegar ao Jamor”.
“Temos agora o jogo para a Taça de Portugal, uma competição muito boa onde toda a gente sonhar chegar ao Jamor”, rematou o defesa.