Recorde as principais incidências do encontro
Há uma espécie de expressão futebolística que diz "jogaram como nunca, perderam como sempre". Se, infelizmente para o Vizela, o que vem a seguir à vírgula acaba por ser um hábito desta temporada, o início da expressão nada condiz com a equipa de Rúben de la Barrera, pelo menos nos jogos caseiros.
É verdade que os resultados estavam a ser cada vez menos interessantes para os vizelenses, que não irão recordar as oportunidades criadas e as bolas nos postes das balizas adversárias caso desçam de divisão, mas é um facto que esta equipa merece mais.
Este sábado, a receção ao Farense foi mais um exemplo disso mesmo. O Vizela entrou melhor, colocou um ritmo alto na partida, mas Samuel Essende, que ganhou em velocidade a toda a defesa algarvia, acertou em cheio no rosto de Ricardo Velho, que viria a tornar-se desde logo numa das grandes figuras do encontro.
O momento pressionante do Vizela permitiu à equipa de Rúben de la Barrera ganhar confiança na partida, mas ao mesmo tempo também abriu espaço a distrações e aos ataques da equipa de José Mota.
Bem mais tranquilo, o Farense visitou Vizela com o espírito de uma equipa que vem fazer o seu jogo sem pensar muito no adversário. Numa transição rápida, essa filosofia revelou-se certeira. Pastor, desde a direita, cruzou largo e Zé Luís (17 minutos) finalizou em grande estilo, de cabeça.
Já tinha acontecido contra o Estoril e contra o Boavista. Depois de criar oportunidades de golo evidentes, o Vizela viu-se a perder e obrigado a correr contra o prejuizo, algo habitual ao longo de toda a temporada. Lokilo (24 minutos) ainda ameaçou o golo num excelente remate que passou ao lado da baliza de Ricardo Velho, mas a melhor ocasião pertenceu a Domingos Quina.
Irrequieto, o esquerdino foi dos melhores do Vizela, juntamente com Bruno Costa, mas deslumbrou-se quando tinha tudo para fazer o empate e, já na pequena área, rematou ao poste (31 minutos).
A verdade é que não há equipa que resista a tanto desperdício e o Vizela, que continuou a arriscar de fora da área, uma vez que o Farense estava já mais resguardado depois de ter chegado à vantagem, foi caíndo de rendimento com o passar dos minutos.
Alterações demoraram a ter efeito, mas... tiveram
O técnico do Vizela surpreendeu quando deixou Domingos Quina no balneário para apostar em Petrov. Não por culpa do sérvio, mas principalmente por dificuldades da equipa, os vizelenses tiveram cerca de 20 minutos de pouco futebol e pareciam incapazes de discutir o resultado.
Só que, quando a partida parecia que iria finalmente cair num ritmo mais baixo, algo pouco habitual em Vizela, Petrov tratou de despertar os adeptos, que estavam já recolhidos nas bancadas para fugir à chuva, mas ainda não tinham desistido da equipa.
O meio-campo do Farense ficou a ver, a defesa não subiu e José Mota não terá gostado nada das facilidades que Petrov teve para fazer, muito provavelmente, o golo da jornada. Aos 72 minutos, o sérvio foi aposta certeira do treinador e atirou uma bomba que nem a inspiração de Ricardo Velho conseguiu segurar. A partida estava relançada.
A reação algarvia, no entanto, até podia resfrear o sonho do Vizela, não fosse Bruno Duarte ter desperdiçado o 1-2 que tinha sido colocado de forma perfeita na sua cabeça por Elves Baldé.
O brasileiro atirou os três pontos pela linha de fundo, mas os algarvios acabaram mesmo por deixar fugir o empate a cinco minutos do final.
Na sequência de um livre, Ricardo Velho ainda fez uma grande defesa (merecia levar, pelo menos, um ponto para casa) a remate de Diogo Nascimento, mas Alberto Soro (85 minutos) apareceu no sítio certo para desviar o caminho do Vizela na Liga Portugal. A manutenção ainda é possível, especialmente agora que a equipa jogou como sempre e, desta vez, foi feliz.
Homem do jogo Flashscore: Petrov (Vizela)
