Reveja aqui as principais incidências da partida
Tarde cinzenta em Barcelos para o regresso de Armando Evangelista no futebol português. Depois de uma passagem pelo Goiás, no Brasil, o técnico luso rendeu João Pedro Sousa no Famalicão e fez a equipa regressar a um sistema de quatro defesas, com Gustavo Sá a ter novamente a função de apoiar Jhonder Cádiz na frente.
No que toca à equipa da casa, Vítor Campelos fez apenas uma alteração em relação à derrota com o SC Braga, com Murilo a entrar para o lugar de Tidjany Touré.
Uma centelha
Famalicão e Gil Vicente são duas equipas com bons executantes e com gosto por ter a bola e proporcionar um jogo entretido aos adeptos. Contudo, talvez contagiados pelas nuvens cinzenta que circundavam o Estádio Cidade de Barcelos, as duas equipas tiveram um primeiro tempo pouco inspirado.
Ambos procuravam pressionar alto e impedir o adversário de pensar com bola. Ainda assim, as melhores oportunidades pertenceram ao Gil Vicente, com Maxime Domínguez a ser o protagonista em ambas. Aos 10 minutos marcou, mas Alipour (que o assistiu) estava sete centímetros em posição irregular, enquanto que aos 21 minutos viu-se na cara de Luiz Júnior, mas Justin de Haas foi mais lesto e impediu o disparo.
Era preciso uma centelha e essa surgiu de um dos mais virtuosos em campo. Emprestado pelo Wolverhampton para recuperar as boas sensações que levaram o emblema inglês a apostar nele quando estava no Estoril, Chiquinho mostrou que a qualidade está lá. E aos 45+2 minutos tirou Alex Pinto e Gabriel Pereira do caminho antes de ser carregado por um desastrado Gbane dentro da área.
Assinalado penálti (após uma longa revisão do VAR), foi o capitão Jhonder Cádiz que se encarregou de marcar e o venezuelano demonstrou coragem. Como diriam os brasileiros, uma cavadinha fez a bola entrar no centro da baliza, enquanto Andrew se atirou para o seu lado direito.
Momento de magia
A segunda parte começou com o Gil Vicente mais balanceado para a frente. A equipa da casa não queria arrancar a fase decisiva da temporada e tentou de tudo para alvejar a baliza de Luiz Júnior, mas a desinspiração ofensiva era evidente.
Vítor Campelos tentou abanar a equipa com quatro alterações aos 60 minutos (Fujimoto, Pedro Tiba, Tidjany Touré e Depu foram lançados), mas acabou por ser o Famalicão a mexer com o jogo e pelo homem que transpirava inspiração: Chiquinho.
Francisco Moura recuperou a bola no meio-campo adversário, Topic lançou o extremo e aos 68 minutos estava feito o 2-0 para os forasteiros que sentiam a vitória cada vez mais perto.
De herói a vilão
O segundo golo do Famalicão parece ter desbloqueado a partida. Se a primeira parte foi cinzenta, os últimos 20 minutos compensaram os adeptos que estiveram à mercê da intempérie em Barcelos. A partida tornou-se desgarrada, com ataques para cada lado e mais emotiva ficou aos 72 minutos.
Pedro Tiba descobriu Murilo na área, que contornou Luiz Júnior e rematou para o fundo das redes. A vitamina que o Gil Vicente precisava.
Concentrado em segurar a vantagem mínima e sempre de olho nas saídas rápidas para o ataque, o Famalicão foi-se encostando cada vez mais atrás, enquanto o Gil Vicente balanceava-se cada vez mais para a frente. E a estratégia de risco pareceu surtir efeito.
Aos 86 minutos, Depu recebeu um ressalto na área e foi derrubado por Nathan quando se preparava para rematar na cara de Luiz Júnior. Assinalado penálti, coube a Murilo subir para a marca de grande penalidade e ter a oportunidade de salvar pelo menos um ponto para os da casa. Mas na tentativa de colocar o remate, a bola saiu desviada e o herói transformou-se em vilão.
Até final, voltou a existir momentos de frisson em ambas a balizas, mas o marcador não mais mexeu. O Famalicão manteve-se no oitavo lugar com 31 pontos. O Gil Vicente segue na nona posição, com 28 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Chiquinho (Famalicão).
