Ugarte: "Vou ser leão para sempre, gostaria muito de voltar, mas vamos ver"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Ugarte: "Vou ser leão para sempre, gostaria muito de voltar, mas vamos ver"
Manuel Ugarte trocou Sporting pelo PSG, a troco de 60 milhões de euros
Manuel Ugarte trocou Sporting pelo PSG, a troco de 60 milhões de eurosSporting CP
No dia em que oficializou a saída de Manuel Ugarte para o Paris Saint-Germain, a troco de 60 milhões de euros, o Sporting divulgou esta noite, no canal do clube, a entrevista feita com o médio de 22 anos, no dia em que foi à Academia despedir-se dos companheiros dos últimos dois anos.

Manuel Ugarte, recorde-se, viajou na quarta-feira para Paris e, depois de cumpridos os exames médicos, foi oficializado esta sexta-feira como reforço do campeão francês, com contrato até 2028, envergando a camisola 4, que era de Sergio Ramos.

Um dia cheio: "Está a ser um dia complicado por causa das lágrimas. Vou ter muitas saudades e já recebi muitas mensagens de sportinguistas. Vou tentar conter-me. Desfrutei muito do tempo que passei cá e estou agradecido. Quando entrei na Academia já estava emocionado e eles estão sempre a brincar comigo. Houve muita brincadeira, muitos abraços. Foi um dia bonito. Houve muitas lágrimas. Foi um dia difícil, mas bonito. Sempre soube que estava bem acompanhado. Antes de vir para cá, amigos perguntavam se ia chorar e eu dizia que não. Quando estava a sair do carro já estava emocionado. Fui muito feliz aqui. Os primeiros meses no norte foram complicados e quando cheguei ao Sporting foi completamente diferente."

Diferenças entre o Ugarte que chegou e o atual: "A maturidade é a grande diferença. Quando vens para a Europa do Uruguai é muito complicado, porque é muito longe. Quando cheguei ao Sporting fiquei muito contente. Aqui em Portugal, o Sporting é um clube muito grande. Primeiro momentos no clube? Quando entrei, não acreditava no grande que era e o bom ambiente que tinha. Fico muito feliz porque joguei no Sporting, mas triste por me despedir."

Relação com Coates: "Foi muito importante. Num jogo com o FC Porto tive um problema com o meu avô e ele ajudou-me muito. Vou lembrar-me muito dele e estou-lhe muito agradecido. É um grande capitão. Ajudou-me muito e espero manter a relação que tenho com ele."

Sozinho em Portugal: "É mais difícil. No Uruguai tinha as relações com a família e aqui torna-se mais difícil. No Sporting é mais fácil, porque passava muito tempo com o Coates, com Pedro Porro, com Matheus Nunes."

Exigência: "Não sabia como era o Sporting. Alvalade, quando está cheio, é incrível. Seja em Alvalade ou qualquer estádio, as bancadas estão sempre cheias."

Crescimento rápido: "Vim com vontade de aprender. Amorim explica muito bem as coisas e aprendi muito. Há muito mérito do míster. Maturidade? Comecei a jogar muito cedo. A relação com os colegas dá muito confiança dentro do campo e isso é chave. Fora de campo gosto mais de brincar, em campo fico maluco."

Concorrência com Palhinha: "Aprendi muito com isso. Os treinos eram muito competitivos e eu aprendi muito. Sabia que em algum momento teria oportunidade e trabalhei para isso. Quando cheguei era o Palhinha que estava a jogar e como ele jogava, é um grande jogador. Serviu para eu aprender. Corresponder às expectativas? Tinha a certeza que ia jogar e tinha confiança. Para um jogador é muito importante."

Venceu a Taça da Liga: "Foi uma alegria. Foi um dia incrível e nem interessa que tenha jogado cinco minutos na final. Foi o meu primeiro título e vou estar sempre agradecido. Foi na Taça da Liga que marquei o primeiro golo. Não sou de marcar muitos golos e quando marco é estranho. Marcar mais não é o meu trabalho."

Leão em campo: "É uma descrição perfeita. Gosto de jogar com muita raça e o Sporting carateriza-se com isso. Quando dizem isso fico com muito orgulho"

Número 6 ou 8? "De momento, mais um número 6. Às vezes tenho de jogar noutra posição, mas no Sporting fui número 6. Jogava mais na frente e isso enriquece o jogador. Quando estava no Famalicão, não era metade do jogador que sou hoje, e isso é importante para a carreira de um jogador."

Confronto físico: "Gosto sim. Já todos sabem como jogar, o que têm de fazer, e eu fico confortável com o confronto físico. Dar tudo é o mais importante. Sempre joguei assim."

Momento mais feliz: "Quando estava no balneário com o Pedro, o nutricionista, contra o Arsenal depois de ter sido expulso, e estávamos a ouvir os penáltis. Esse foi um dos momentos mais felizes. Ouvia antes de ver. Foi um bocado uma tortura, mas correu bem. Só tive de pena de não poder ir para o campo festejar."

Momento mais complicado: "É sempre difícil quando perdes jogos. Fico sempre chateado, triste. Guardo muito para mim. É algo que tenho de melhorar, falar mais."

Seleção do Uruguai: "O Sporting deu-me a possibilidade de jogar na seleção. Quando soube que estava na convocatória para o Mundial foi incrível. Às vezes penso que ir Mundial com 21 anos foi uma coisa incrível e apreciei muito, mesmo sem ter jogado. Estava muito nervoso. Sou muito assim. Antes de uma convocatória fico sempre assim, mas estou melhor. Faz parte do futebol."

Atitude: "É sempre muita raça e a mentalidade é a mesma e não mudará nunca. Champions? Na América do Sul jogava no FIFA e sonhava com a Liga dos Campeões, mas nunca soube se iria jogar. Graças ao Sporting joguei na Champions e é algo muito importante para um jogador, defrontar as melhores equipas do mundo."

Joga FIFA? "Sim, jogo. Sou muito bom. Sou melhor que o Coates, de certeza. Melhor do que Paulinho também, melhor que o Franco. Melhor que o Pote não sei, ele joga muito. O Daniel Bragança também joga muito. Tenho de melhorar."

Adeptos: "Vou sentir falta. Quando cheguei mostraram-me muito carinho, quando fui, mostraram ainda mais. O ambiente na rua, num jantar ou numa caminhada, as pessoas mostram sempre muito carinho. O que o Sporting tem de grande também é isso. O mundo sabe que? Não sei muito bem a letra, mas estou sempre a cantar. O árbitro apita sempre antes, então eu fico a jogar e cantar ao mesmo tempo. É algo único e muito bonito."

Do que vai sentir falta? "Do dia a dia. De vir para aqui tomar o pequeno-almoço, depois almoçar. É algo que vou ter muitas saudades. Também do dia de jogo em Alvalade, quando saímos daqui de autocarro para lá. Fico triste por isso, mas é um passo que tenho de dar para crescer como jogador."

Quem deu mais? Sporting a Ugarte ou Ugarte ao Sporting? "Sempre tentei deixar tudo, mas o Sporting deu-me tudo. Não só no futebol, mas também fora. Estou muito agradecido e vou ter muitas saudades. Vou ser leão para sempre. Gostaria muito de voltar, mas vamos ver."

Mensagem para os adeptos: "Tenho de agradecer a todos. Sempre me deram muito carinho e vou ter saudades de Alvalade cheio. Tenho de agradecer mais uma vez e espero voltar um dia."

Os números de Manuel Ugarte
Os números de Manuel UgarteFlashscore