Recorde as incidências do jogo
O River Plate precisava de pelo menos um ponto se coroar campeão, mas conseguiu alcançar o título com uma vitória imaculada. Lucas Beltrán marcou com um minuto de jogo e acabou desde cedo com o suspense em torno da vitória, que ficou consumada com o golo de pé direito do uruguaio Nicolas de la Cruz e um penálti de Esequiel Barco. Mauro Méndez, pouco depois do intervalo, descontou para os pincha.
O River festejou assim o 38.º título da Liga e o primeiro do clube encarnado desde que é treinado por Martin Demichelis, que no final do ano passado assumiu a difícil tarefa de suceder a Marcelo Gallardo, o treinador mais vitorioso da história do millonario, com 14 títulos.
"A equipa é a que mais se destacou, é mérito de todo o plantel. O grupo unido é a base do que construímos no dia a dia", disse De la Cruz, um dos astros do River, cujo sucesso provocou euforia entre os adeptos no estádio e, mais tarde, nos bares e ruas numa noite fria de inverno.
Final dos sonhos
Com 57 pontos na bagagem e a dois jogos do fim, o River tornou-se inalcançável para o Talleres, que na sexta-feira reduzira a desvantagem com uma vitória por 1-0 sobre o Huracán, numa campanha excecional do clube vermelho e branco.
Demichelis deu um primeiro passo formidável no seu reinado, mesmo que tenha outro grande objetivo pela frente, a Libertadores, na qual o clube passou por pouco aos oitavos de final na última jornada da fase de grupos.
"O River optou por uma mudança, que era muito difícil, escolheu-me, e eu aceitei porque depois de cinco anos de preparação e trabalho na Alemanha senti que estava pronto", disse o treinador, minutos depois de conquistar o título do Campeonato Argentino.
A campanha do River na competição foi brilhante, com resultados que superaram em muito a inconsistência generalizada. Um feito que se reflete no facto de que, uma vez que subiu ao topo da tabela, na oitava jornada, nunca mais de lá saiu, enquanto uma sequência de oito vitórias consecutivas o tornou inalcançável para os demais.
Assim, o River festejou mais um título de campeão depois de um 2022 órfão de festejos, e regressou ao topo depois de vencer a Liga Profissional de 2021, ainda com o "Muñeco" Gallardo como líder.
"Esta equipa joga como o povo do River gosta, como a história do clube exige. Pessoalmente, sempre quis ser protagonista aqui, é um momento muito especial", disse o melhor marcador do River, Lucas Beltrán, que marcou 11 golos e foi titular à frente de outros nomes como o colombiano Miguel Borja e o venezuelano Salomon Rondon.
Apesar de não ter havido entrega do troféu, que acontecerá dentro de alguns dias, o clube com a tarja vermelha pôde dar a tradicional volta olímpica no relvado de um Monumental lotado, à altura de uma equipa que se consagrou com autoridade, com um jogo ambicioso e agressivo, além de uma grande personalidade para dominar o torneio quase desde o início.