Megan Rapinoe teve fim amargo da carreira: lesão e derrota na final do campeoanto

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Megan Rapinoe teve fim amargo da carreira: lesão e derrota na final do campeoanto

Megan Rapinoe lesionou-se no sábado.
Megan Rapinoe lesionou-se no sábado.AFP
Megan Rapinoe, ícone do futebol feminino americano, sofreu uma lesão rápida no último jogo da sua carreira, a derrota (1-2) do OL Reign com o NJ/NY Gotham na final do Campeonato dos Estados Unidos de futebol feminino. Um fim amargo para a carreira de uma das melhores jogadoras de sempre.

Sentada no relvado com a cabeça enfiada na camisola e com lágrimas nos olhos desde o início do jogo, Megan Rapinoe não imaginava certamente que este fosse o último jogo da sua carreira, que poderia ter terminado com a conquista do seu primeiro troféu de campeã norte-americana na Califórnia, o estado onde cresceu.

Mas a jogadora de 38 anos lesionou-se num lance aparentemente inofensivo e saiu a coxear aos cinco minutos do primeiro tempo, aplaudida de pé pelas bancadas em San Diego (Califórnia) e abraçada pela capitã do NY/NJ Gotham, Ali Krieger, outro ícone do futebol americano que disputava a sua última partida no sábado.

"Senti um estalido, depois não senti o tendão de Aquiles, acho que o rasguei, é realmente a pior coisa que se pode imaginar. É horrível. Sair de uma final tão cedo, não mereço isso, francamente. Mas é a vida, faz parte do jogo, estava a sentir-me bem antes da partida", comentou após o jogo, com humor e com o pé direito envolvido numa bota de proteção. "A partir de agora sou uma pessoa normal, que vai ter de fazer uma longa reabilitação, está a dar cabo de mim."

Empenhada

Poucas horas antes, Rapinoe tinha aparecido no estádio Snapdragon, em San Diego, em grande estilo, com o cabelo pintado de cor-de-rosa, óculos de sol e casaco de ganga na mão, segurando uma coluna que cuspia um clássico do hip-hop americano,"x gon' give it to ya", do rapper DMX.

A faixa foi lançada em 2002, o mesmo ano em que a atacante nascida em Redding começou a carreira em Elk Grove, um subúrbio de Sacramento. Vinte e um anos depois, Rapinoe sai de campo com dois Mundiais (2015 e 2019), uma Bola de Ouro (2019), uma medalha de ouro olímpica (2012) e um estatuto que vai além do seu desporto.

Megan Rapinoe condecorada por Joe Biden
Megan Rapinoe condecorada por Joe BidenAFP

A companheira da antiga estrela do basquetebol Sue Bird tem usado os seus sucessos como plataforma para os direitos LGBTI+, contra a violência policial racial nos Estados Unidos e tem trabalhado com as companheiras de equipa para garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres na seleção norte-americana.

No sábado, com as retiradas de Rapinoe (38 anos, 203 internacionalizações e 63 golos) e Ali Krieger (39 anos, 108 internacionalizações), o futebol feminino americano viu chegar ao fim uma era, com jogadoras que colocaram aquele que era um desporto menor nos Estados Unidos, na linha da frente. A NWSL, a liga feminina americana, está a colher os frutos e, a partir do próximo ano, vai aumentar as suas receitas televisivas 40 vezes (240 milhões de dólares em quatro anos) e transmitir quatro vezes mais jogos.

"Pronta para partir"

"É triste terminar assim, mas no geral sinto-me feliz com a minha carreira, com a sorte de ter jogado durante tanto tempo, com jogadoras tão incríveis de várias gerações, de ter podido construir amizades", acrescentou Rapinoe. "Sinto-me pronta para partir, está na altura.Tive uma carreira incrível, com a qual nem sequer podia ter sonhado. Mal posso esperar para saber qual será o meu novo papel no jogo, porque vou deixar os campos, mas vão continuar a encontrar-me por aí."

Rapinoe despediu-se com a camisola do OL Reign
Rapinoe despediu-se com a camisola do OL ReignAFP

Após a saída da estrela de cabelo rosa, o OL Reign de Seattle sofreu rapidamente um segundo golpe, quando Williams  sofreu um golo (24 minutos), antes de responder aos 29 minutos, quando Rose Valelle ganhou um frente a frente com a guarda-redes do Gotham.

New Jersey recuperou definitivamente a liderança com um cabeceamento de Esther  na sequência de um canto (45+1 minutos), logo após um golo do OL ter sido anulado por fora de jogo.

No final do jogo, houve alguns minutos de loucura quando a guarda-redes do Gotham, Mandy Haugt, foi expulsa por mão fora da sua área, dando aoOL Reign um último livre bem colocado, mas mal cobrado, apesar de a defesa Nealy Martin ter calçado as luvas.