"Podemos acreditar, mas não somos candidatos. Talvez na 30.ª ou 32.ª jornada, mas ainda não. Há sete equipas que são mais candidatas do que nós", afirmou Unai Emery, responsável pela ascensão meteórica do Aston Villa, após a vitória por 1-0 sobre o Manchester City num jogo a meio da semana, a 6 de dezembro. Quatro dias depois, a equipa de Birmingham venceu o Arsenal pelo mesmo resultado.
O treinador espanhol, que já teve a sua quota-parte de batalhas, estava apenas a tentar aliviar a pressão sobre a sua equipa, que se tornou uma autêntica dor de cabeça para os grandes da Premier League. No entanto, cada vez menos pessoas olham para o Aston Villa com a ideia de um outsider, mas sim de um verdadeiro candidato ao título.
Grande parte dessa confiança foi conquistada pelo Villans, com uma série espetacular de 15 jogos consecutivos a vencer em casa. É um facto que os títulos nacionais são construídos com base na força da casa e o clube de Birmingham levou essa máxima a peito.
A última equipa a vencer no Villa Park foi o Arsenal, no dia 18 de fevereiro. Desde então, sete vitórias na reta final de 2022/23 e oito até agora em 2023/24 produziram este registo de destaque.
Caráter vencedor
Se há uma coisa que absorveu a equipa do Aston Villa de Unai Emery foi o seu caráter vencedor. O técnico natural de Hondarribia chegou onde está a partir do fundo do poço, com base numa luta e perseverança que se tornaram a marca desta equipa que sofreu apenas sete golos durante esta caminhada triunfante. Além disso, a equipa não sofreu golos em oito ocasiões (três delas esta época).
O bom desempenho defensivo não os impediu de se divertirem no ataque, apesar de terem vencido o Manchester City e o Arsenal pela margem mínima. Com um total de 39 golos, a média é superior a dois golos (2,6) por jogo. Destaque para a goleada de 6-1 ao Brighton de Roberto De Zerbi, outrora uma surpresa, a 30 de setembro, na sétima jornada da Premier League.
Curiosamente, os números contrastam se compararmos a época passada com a atual. Nas sete vitórias de 2022/23, a relação golos marcados/golos sofridos foi de 14-2, com maior enfâse na segurança na defesa. Agora, porém, a faceta ofensiva tornou-se mais importante, com um registo de 25-5 em oito jogos.
Ninguém pode prever como a temporada vai terminar para o Aston Villa, mas a posição na tabela e os recentes resultados dão licença para sonhar alto. Mesmo que o seu treinador o negue, o clube sujeita-se a ficar cada vez mais bem colocado entre os candidatos à conquista da competitiva Premier League.