O campeão Manchester City estão obrigados a fazer um grande 2024 para recuperar da queda de forma, enquanto Arsenal, Aston Villa e Tottenham também estão na luta.
Mas o começo foi desastroso para alguns dos outros grandes gastadores da pré-temporada. Manchester United, Newcastle e Chelsea estão a meio da tabela, e contabilizam um total de 26 derrotas.
Na parte de baixo da tabela, o trio de promovidos Sheffield United, Burnley e Luton ocupa os três últimos lugares, mas a dedução de 10 pontos do Everton colocou em risco a permanência de 70 anos na primeira divisão.
A AFP Sports analisa cinco pontos que deram o que falar na primeira metade da temporada.
O Liverpool está de volta à luta
A temporada passada marcou o fim de uma era para os Reds, que caíram para o quinto lugar apenas 12 meses depois de terem ficado perto de uma inédita conquista quádrupla.
Existiram alguns problemas iniciais após uma reforma no meio-campo no verão e a forma irregular de Darwin Núñez em frente da baliza ainda não justifica os 80 milhões de euros pagos ao Benfica pelo uruguaio em 2022. Mas o Liverpool está de volta à posição em que muitas vezes se encontrou sob Jurgen Klopp e é a maior ameaça do Manchester City.
Uma goleada sobre o Newcastle na segunda-feira, que deveria ter sido mais confortável do que o 4-2 sugere, levou os homens de Klopp a cavarem três pontos de vantagem na liderança e cinco à frente do City e do Arsenal.
O experiente núcleo do guarda-redes Alisson Becker, o capitão Virgil van Dijk e o melhor marcador Mohamed Salah recuperaram a sua melhor forma. Contudo, o Liverpool vai ter de lidar com a ausência do egípcio durante um mês, uma vez que ele parte para liderar a seleção dos faraós no Campeonato Africano das Nações.
O City continua a ser a equipa a bater
Antes de viajar para conquistar o Mundial de Clubes no mês passado, o Manchester City havia vencido apenas um dos seis jogos anteriores no campeonato inglês, o que dava esperanças aos concorrentes ao trono. No entanto, os comandados de Pep Guardiola viveram a melhor época festiva de sempre, ao juntarem o quinto troféu de 2023 ao seu palmarés Saudita e depois verem todos os seus rivais perderem pontos.
O Manchester City tem um jogo a menos para reduzir a desvantagem de cinco pontos em relação ao Liverpool e parece disposto a entrar forte, como fez na temporada passada, para afastar o Arsenal do topo da tabela.
Kevin De Bruyne está quase a regressar de uma lesão no tendão que o mantém afastado desde o primeiro jogo da época e Erling Haaland também deverá estar apto quando o City voltar à ação na Premier League, em meados de janeiro, frente ao Newcastle.
A lista de jogos também é boa para o City ganhar ritmo. Os homens de Pep Guardiola não enfrentarão outra equipa que esteja entre os seis primeiros até se deslocarem a Liverpool, a 9 de março.
Fortaleza Villa Park
A impressionante ascensão do Villa sob o comando de Unai Emery foi construída com base num histórico fenomenal em casa.
Apenas o Sheffield United, lanterna vermelha, escapou com um ponto em 10 jogos no Villa Park nesta temporada, que incluiu vitórias notáveis sobre City e Arsenal.
Muitos duvidam da capacidade do Villa de se manter na luta pelo título, mas a equipa está, no mínimo, bem perto de se apurar para a Liga dos Campeões pela primeira vez.
O miserável Manchester United
Depois de uma primeira época positiva sob o comando de Erik ten Hag, o United esperava continuar a lutar pelo primeiro título de campeão em mais de uma década. Em vez disso, perdeu 14 vezes em todas as competições antes da passagem de ano - o maior número de derrotas sofridas pelos Red Devils desde a temporada 1930/31.
Os comandados de Ten Hag estão em oitavo lugar, a 14 pontos do topo da tabela e a nove de distância dos quatro primeiros classificados.
A longa lista de lesões tem tido o seu papel, mas a persistente falta de rentabilidade do United no mercado de transferências tem sido um problema maior.
Rasmus Hojlund marcou apenas um golo no campeonato desde a sua chegada de 75 milhões de euros da Atalanta, o médio Mason Mount, que custou 64 milhões de euros, raramente apareceu e uma série de erros do guarda-redes André Onana, que custou 50 milhões de euros, fez com que o United fosse eliminado da fase de grupos da Liga dos Campeões.
Uma nova era acaba de começar em Old Trafford, com o bilionário britânico Jim Ratcliffe a assumir uma participação de 25% no clube e o controlo das operações desportivas. Mas o grupo INEOS de Ratcliffe tem muito trabalho pela frente para levar o United de volta à terra prometida no topo da Premier League.
Um fracasso de mil milhões de libras
No entanto, o United nem sequer é o maior fracasso da época, já que o Chelsea está três pontos mais atrás e em 10.º lugar na tabela, apesar de ter registado um recorde mundial de gastos no mercado de transferências.
Os Blues gastaram mais de mil milhões de libras em novos jogadores em apenas três janelas de transferências sob a alçada do consórcio do americano Todd Boehly. Durante esse período, o Chelsea desceu na tabela com quatro treinadores diferentes.
Mauricio Pochettino deu a entender, após a derrota com o Everton (0-2) no mês passado, que poderia ser forçado a entrar no mercado de transferências novamente em janeiro para adicionar um goleador tão necessário.
Além disso, há uma inquietação generalizada entre os adeptosdo Chelsea de que Conor Gallagher, formado na academia, poderia ser vendido ao rival Tottenham para ajudar a equilibrar as contas em janeiro e cumprir as regras do fair play financeiro.